Na Escola Primária n.º 3.030, situada no município do Cazenga, em Luanda, o serviço de higiene e limpeza é assegurado por três funcionárias maiores de 60 anos e uma de 55. Por isso, ao Novo Jornal, Violante Buila, directora-geral da instituição, confessa-se "bastante receosa" quanto a um possível reinício das aulas, visto que as informações disponíveis sobre a Covid-19 colocam no grupo de risco três das quatro pessoas responsáveis pelo asseamento da escola.
Não sendo as escolas primárias unidades orçamentadas, Violante Buila não tem outra opção senão aguardar por um possível plano das autoridades. No que diz respeito ao retorno das aulas, o único trabalho já efectuado na escola tem que ver com a adequação dos horários e a divisão das turmas por grupos que permitam o cumprimento das recomendações sanitárias sobre o distanciamento social.
Já no município de Luanda, particularmente no distrito do Sambizanga, há escolas que nem podem sequer falar das empregadas de limpeza, porque não as têm. É o caso, por exemplo, da Escola Primária n.º 1.303, popularmente conhecida como «escola do funje».
A estrutura, que conta com nove salas de aulas e apenas duas casas de banho para quase 700 alunos, até tem água corrente, mas não há canalização para as casas de banho, o que obriga professores e alunos a «desenrascarem-se» com baldes e/ou mangueiras.
Falando em anonimato, um responsável da escola confirmou que, pelo menos, sete professores da instituição têm beneficiado de uma formação, promovida pela repartição local de Educação, sobre a nova forma de actuar na sala de aulas em face do «novo normal» imposto pela pandemia do novo coronavírus. "Quanto às condições de sanidade e higiene, ainda não há nada, nada mesmo", lamentou responsável.
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