O presidente da FNLA, Lucas Ngonda, mostrou-se "bastante preocupado" com o regresso à normalidade dos serviços gerais no País, questionando se a comissão está em condições de responder aos riscos que podem surgir.
"O regresso dos serviços à normalidade vai exigir muita responsabilidade de todos. O Executivo não pode baixar a guarda sob pena de destruir os bons resultados já atingidos no combate à pandemia", "disse.
O presidente do PRS, Benedito Daniel, que deu uma nota positiva ao Executivo, também alertou para este não cruzar os braços, face à doença que está matar muita gente no mundo.
"O Presidente da República tomou uma decisão oportuna ao decretar o estado de emergência, mas temos de estar vigilantes com a pandemia, visto que a situação ainda é preocupante e a capital deve continuar sob cerca sanitária", afirmou.
O líder do grupo parlamentar da CASA-CE, Alexandre Sebastião André, saudou também o trabalho levado a cabo pela comissão, mas defendeu a testagem em massa.
"A CASA-CE defende a continuação da cerca sanitária em Luanda e esperamos que o Executivo não fique distraído porque pandemia continua a fazer muito estrago a nível do mundo", disse.
Já o vice-presidente do grupo parlamentar da UNITA, Maurílio Luiele, lembrou que a Covid-19 matou quatro pessoas e as forças da ordem já fizerem muito mais vítimas.
"São já muitas as mortes resultantes da violência policial e deveriam merecer das autoridades uma explicação, pois elas são inadmissíveis no contexto do Estado democrático e de direito", lamentou, solicitando às autoridades que conduzam uma investigação isenta que possa apurar responsabilidades.
"Foi notória a incapacidade das autoridades em impor as medidas de confinamento domiciliar e a restrição de mobilidade, sobretudo em áreas suburbanas e rurais do País. Este comportamento refratário dos cidadãos não decorreu de atitudes de mera insubordinação, mas sim de imperativos de sobrevivência", frisou, sugerindo a permanência da cerca sanitária na capital.
"A UNITA defende melhor acesso aos serviços sociais básicos como o abastecimento de água potável, energia e saneamento básico, sobretudo nas zonas suburbanas para mitigar os riscos de propagação da pandemia, aumentar a resistência das pessoas as doenças e melhorar a sua qualidade de vida", sugeriu.
Segundo a UNITA, "O Governo deve repartir com as empresas, sobretudo as pequenas e médias, a factura elevada que elas estão a pagar por conta da pandemia. Esta é uma forma de impedir uma recessão mais acentuada que acarretaria consequências sociais de grande magnitude".
O líder do grupo parlamentar do MPLA, Américo Cuononoca, referiu que o Executivo jogou um papel fundamental para travar a propagação da pandemia.
"Quando surgiu a doença, o Executivo encerrou logo as fronteiras terrestres e aéreas. Essa medida evitou situações graves no País", referiu, saudando toda a gente envolvida neste combate.
Disse que o Executivo vai continuar a trabalhar para combater outras doenças que fazem muitas vítimas humanas no País.
O relatório do estado de emergência
O coordenador da Comissão Interministerial para Prevenção e Combate à Covid-19, Pedro Sebastião, disse hoje durante a plenária que apreciou do relatório da declaração do estado de emergência que a pronta intervenção do Executivo foi determinante para reduzir a propagação da pandemia de Covid-19 em Angola.
"Para mitigar a possibilidade da propagação do vírus no nosso País, o Executivo criou a Comissão Interministerial para Prevenção e Combate à Covid-19 com a missão de garantir a gestão, orientação e coordenação das actividades dos organismos e serviços do Estado nos esforços para o controlo da situação", recordou.
Revelou que durante o estado de emergência foram mobilizados 87.759 efectivos das forças da ordem e segurança com 1.603 viaturas.
"Durante este período, foram detidos 15.571 cidadãos por crimes diversos e foram apreendidas 30.874 viaturas por excesso de lotação e circulação fora do horário estabelecido", acrescentou, salientando que no domínio da acção social, foram apoiadas 8.534 pessoas com bens diversos e feita a distribuição da cesta básica a 180 mil famílias em todo o País.