A política de descentralização é encarada como o ponto fulcral para a resolução dos problemas de Luanda, onde está concentrada a maior parte dos angolanos. Os comentários surgem a propósito das recentes mexidas efectuadas pelo Chefe de Estado, em que um dos visados foi o governador de Luanda, Luther Rescova, nomeado para dirigir a província do Uíge, dando lugar a Joana Lina, que esteve no Huambo.

Na visão destes analistas, estas mudanças de gestores, principalmente na capital do país, "não garantem a solução para os principais problemas que inquietam os habitantes de Luanda".

As «danças de cadeira», segundo analistas, já não estão a surpreender a população, pelo facto de os resultados dos projectos do Executivo não serem visíveis, apontando como solução a implementação do poder local.

"Luanda tem de ser uma referência entre as capitais do continente africano. A institucionalização das autarquias, eaté ao momento nada se sabe se as eleições acontecem este ano, seria um dos caminhos para a concretização deste desiderato", esclareceu o político Mfuka Muzemba.

Quem alinha na mesma narrativa é o analista e jornalista Alexandre Solombe, que ressalta a necessidade de se aprofundarem as reformas na administração do Estado.

"Luanda é a província onde se registam muitas interferências contra a vontade de quem a governa", disse.

Alexandre Solombe ironiza sobre as mexidas feitas por João Lourenço e afirma que a missão de Joana Lina em Luanda será apenas para "entreter a população e nada mais".

"O que o Presidente está a fazer é a rotação de palhaços no circo, viciados de poder, que nem podem negar os cargos", apontou.

Mfuka Muzemba suspeita que a substituição de Luther Rescova tenha sido motivada por «intrigas» na gestão do Governo de Luanda e na Direcção Provincial do MPLA.

"Penso que o Presidente não teve hombridade, no sentido de poder apadrinhar os conflitos internos que vivia, não só na gestão da governação de Luanda, mas também na gestão do Secretariado Provincial do MPLA", atirou.

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