Ana Dias Lourenço. É a esposa do Presidente da República, e o estatuto de Primeira-Dama confere-lhe o primeiro lugar nesta lista. Foi no consulado do Presidente José Eduardo dos Santos (JES) que a sua esposa, Ana Paula dos Santos, assumiu, após o casamento em Maio de 1991, o estatuto de Primeira-Dama, e essa figura assumiu um status oficial e lugar na Lei de Precedências e do Protocolo de Estado. Se Ana Paula dos Santos nunca teve experiência governativa e se as suas acções giravam mais em torno de acções filantrópicas, de promoção de uma nova imagem do poder presidencial e da " humanização" do PR,

Ana Dias Lourenço tem trajectória partidária e experiência governativa, sobretudo no período em que foi ministra do Planeamento no Executivo de JES (1999-2012), mas antes tinha sido vice-ministra do mesmo pelouro (1997-1999). Essa vasta experiência na administração pública, planeamento económico e de investimentos, na elaboração e avaliação de projectos, bem como na análise prospectiva que se esperava (ou esperava), serviu como um importante apoio/suporte da governação de João Lourenço, sobretudo numa área em que não tem um grande domínio e experiência. Certamente, tem uma actuação mais "low - profile" e muito diferente daquilo que se esperava, porém não deixa de fazer sentir a sua presença e influência junto do esposo e PR.

Fontes do NJ afirmam que a nomeação de Hugo Guilherme para o cargo de ministro do Planeamento terá tido a sua influência, sendo uma área que liderou e ainda denomina e sendo o actual titular do cargo um antigo auxiliar seu. A filantropia é uma área em que actua com bastante intervenção, sendo madrinha da Fundação Ngana Zenza (o nome é uma homenagem à sua mãe, D. Isabel Dias dos Santos), da campanha "Nascer Livre Para Brilhar" e das redes "Liceu Eiffel" em Angola, fazendo trabalhos de grande impacto social, cultural, económico e académico. É importante realçar a forma como utiliza a sua posição social para intervir em vários fóruns, colóquios, seminários e palestras, em prol da afirmação do papel da mulher na sociedade e na questão da paridade do género.

Sílvia Lutucuta. É médica cardiologista e filha do político Gilberto Buta Lutucuta, um antigo ministro da Agricultura e embaixador de carreira. Tem uma trajectória académica interessante e digna de registo. Aos 16 anos, ingressou na Faculdade de Medicina do então Centro Universitário do Huambo da Universidade Agostinho Neto, concluiu a licenciatura em 1990 e, por ter feito a formação com louvor, foi-lhe oferecida uma bolsa de estudos para pós-graduação. Fez a especialidade de cardiologia no Hospital Santa Maria, em Maria. Colegas seus do curso em Portugal revelaram ao NJ que sempre foi muito aplicada e focada na sua formação. Foi chefe do Departamento de Pós-Graduação e Investigação Científica da Faculdade de Medicina da Universidade Agostinho Neto e, em Setembro de 2017, foi nomeada ministra da Saúde. É a mulher do Executivo com mais influência junto do Presidente João Lourenço e tutela o sector que tem recebido grande parte dos investimentos da sua governação. Nunca o País investiu tanto em infra-estruturas e equipamentos hospitalares como tem feito durante o consulado do Presidente João Lourenço e com Sílvia Lutucuta como ministra. Teve papel preponderante durante o período da pandemia da Covid-19.

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