O Parlamento angolano chumbou esta quarta-feira, 20, o requerimento da UNITA que solicitava à Casa das Leis que debatesse as causas da greve geral da função pública e as consequências políticas, económicas, sociais e psicológicas desta paralisação que começou na quarta e é previsto durar até sexta-feira.

"Não podemos fazer ruído sobre este assunto neste momento, enquanto existirem negociações entre o Executivo e as centrais sindicais", disse o deputado Virgílio Tyova.

Refira-se que o partido no poder solidarizou-se, na segunda-feira, 18, com as reivindicações dos trabalhadores, afirmando compreender a necessidade de harmonizar e equilibrar os aumentos salariais com a sustentabilidade das empresas e das famílias.

Em conferência de imprensa, o porta-voz do MPLA, Esteves Hilário, que leu declaração do Bureau Político do MPLA, disse que as reivindicações dos trabalhadores, por mais legítimas que sejam, não podem impor risco à solvabilidade das contas pública, nem colocar as empresas e famílias numa situação que as impossibilite de pagar salários, o que redundaria num clima de desemprego generalizado.

"O Bureau Político do Comité Central do MPLA exorta, assim, as centrais sindicais a privilegiarem o diálogo como forma de resolução dos pontos divergentes do caderno reivindicativo, voltando para o efeito à mesa de negociações", diz a declaração do órgão máximo do MPLA, apresentada pelo seu porta-voz.

O MPLA, segundo o porta-voz, exorta por outro lado, ao cumprimento escrupuloso da prestação dos serviços mínimos às populações nos exactos termos da Lei, se e enquanto decorrer a greve.

O órgão exorta também o Executivo a manter a postura de diálogo que vem manifestando, no sentido de serem encontradas as melhores soluções e que satisfaçam os interesses das partes, colocando sempre em primeiro lugar o interesse público.

"Apelamos a todos os angolanos a manter a calma e a serenidade, cientes de que o bom senso prevalecerá. Que este momento desafiador seja uma soberana oportunidade para fortalecimento dos lanços entre o Executivo e as centrais sindicais, visando um futuro próspero e harmonioso para todos os angolanos", diz o MPLA.