Citado pelo Jornal de Angola, Xavier Jaime, membro da comissão instaladora do PRA-JA, confirmou o próximo passo da força política depois de ter recebido uma notificação do Tribunal Constitucional na passada semana nesse sentido.

Esta nova possibilidade para concluir o processo de constituição do PRA-JA é resultado da solicitação feita pelos advogados para abrir a porta a um recurso extraordinário.

Essa solicitação resultou na decisão do Constitucional de abrir um espaço de cinco dias para que a documentação em questão seja apresentada.

"Vamos esgotar todas as possibilidades porque conhecemos a nossa razão e estamos convencidos de que tudo o que vem do Tribunal Constitucional a nosso respeito se configura uma injustiça grave", disse Xavir Jaime, ainda citado pelo JA, acrescentando a garantia de que não vão desistir.

Recorde-se que o indeferimento do Tribunal Constitucional por três vezes foi justificado com irregularidades encontradas, entre estas assinaturas não válidas e em número insuficiente.

Se esta nova tentativa não for acolhida positivamente pelo tribunal, o PRA-JA Servir Angola poderá ficar por quatro anos suspenso.

Chivukuvuku admite apoiar outro candidato da oposição nas Presidenciais de 2022

Entretanto, como o Novo Jornal noticiou ontem, com os olhos postos nas Presidenciais de 2022, o líder do projecto político, Abel Chivukuvuku, já está a procurar novos caminhos de forma a encontrar uma frente comum para se bater nas urnas com João Lourenço, actual Chefe de Estado e candidato a um novo mandato com o apoio do MPLA, partido a que também preside.

Chivukuvuku, antigo dirigente da UNITA e ex-líder da CASA-CE, admite apoiar outro candidato que não ele para derrotar João Lourenço e o MPLA nas Presidenciais de 2022 desde que este saia de uma coligação da oposição, se não conseguir, até lá, legalizar o seu PRA-JA Servir Angola.

Numa iniciativa da organização "Friends Of Angola - FoA", que teve lugar na sexta-feira, em Luanda, a "cara" do projecto PRA-JA Servir Angola, que luta na justiça por ver reconhecida a sua legalização, até ao momento travada pelo Constitucional por alegadas irregularidades processuais, sublinhou que não faz questão de ser ele a dar a cara por uma candidatura que una a oposição numa frente contra a candidatura do MPLA, encabeçada pelo actual Chefe de Estado, João Lourenço.

Citado pela Lusa, Abel Chivukuvuku aproveitou a ocasião para deixar claro que é errada a ideia de que "não aceita mais nada" que não seja ser ele mesmo a encabeçar uma candidatura, afirmando que isso não está evidente no seu percurso político, visto que foi dirigente da UNITA "durante mais de 30 anos" e nunca foi presidente do maior partido da oposição.

Mas frisou que está disponível para apoiar uma candidatura que reúna o apoio alargado de partidos da oposição, como é vontade expressa já por algumas personalidades da política nacional angolana.

O ex-dirigente da UNITA e da CASA-CE, que co-fundou em 2012 e da qual saiu em desacordo com a restante direcção há cerca de um ano, avançou ainda, nesta conferência virtual da FoA que tem sido contactado para reflectir sobre a possibilidade de integrar a alternativa a João Lourenço e ao MPLA.

Segundo a Lusa, Chivukuvuku tem sido abordado por uma corrente que entende que toda a oposição se deveria unir em torno de uma candidatura contra do MPLA, de forma a que na corrida às urnas em 2022 estejam apenas essas duas possibilidades, diminuindo assim algumas das vantagens do actual Presidente e candidato a um segundo mandato.