Segundo o governante, a colaboração internacional sobre repatriamento de capitais tem pecado pela falta de coerência das instituições financeiras "dos chamados paraísos fiscais ou mesmo das grandes capitais financeiras internacionais, cujos Governos ostentam um discurso de combate à corrupção, ao branqueamento de capitais e a outras práticas conexas, mas na prática dificultam as operações de regresso dos activos aos países de origem".

Falando aos jornalistas na abertura da Conferência sobre a Perda e Recuperação dos Bens e Produtos Provenientes da Criminalidade Organizada, Económico-Financeira e Corrupção, na passada terça-feira, 25, em Luanda, Francisco Queiroz destacou a importância da "colaboração dos países onde estão domiciliados esses bens".

O ministro da Justiça e dos Direitos Humanos lamentou que algumas instituições façam "resistência em largar mão desses capitais, alegando que têm despesas com ele".

"Claro que se está a falar de bens ilicitamente transferidos, não dos outros. Aí, onde houver ilicitude na transferência de bens, os países, as instituições financeiras, mais concretamente, os bancos, onde estejam filiados esses capitais, devem cooperar, não só ao nível dos acordos de cooperação bilateral que possam existir, mas também ao nível dos instrumentos de regulação dessa matéria ao nível internacional que existem", reforçou o governante, citado pela agência Lusa.

Francisco Queiroz lembrou que ainda essa atitude das instituições financeiras contribui "para a perda de muitos milhares de milhões de dólares, provenientes principalmente dos países em desenvolvimento".