"Confrontado com o patriotismo e a coragem política do novo Presidente da República para corrigir o que está mal, as forças de bloqueio à mudança não têm alternativa senão fazer mea culpa e implementar mesmo as reformas políticas que os angolanos reclamam", disse o presidente da UNITA na abertura da II Reunião da Comissão Política do Partido.

Para o líder do "Galo Negro", esta situação coloca João Lourenço mais próximo das aspirações do povo.

"É o Presidente da República que vem ao encontro dos anseios do povo por mudança. E é assim que deve ser", valorizou Samakuva, salientando que o povo espera que João Lourenço passe das palavras aos actos.

No mesmo sentido, Samakuva espera que o MPLA viabilize no parlamento os sucessivos pedidos do seu partido no que se refere à constituição de Comissões Parlamentares de Inquérito para fiscalizar os actos do Executivo.

O presidente da UNITA exigiu que o Presidente apresente ao país o relatório que terá recebido do antecessor sobre o estado das finanças públicas, em particular a indicação expressa sobre onde estão os cercas de 130 mil milhões de dólares que o parlamento colocou sob sua guarda entre 2011 e 2014, no quadro das reservas especiais criadas fora do Orçamento Geral do Estado.

"Naquela altura, o titular do Poder Executivo fez questão de escrever nas propostas de Lei que aprovaram os respectivos orçamentos que o parlamento colocava as reservas criadas sob gestão exclusiva, mas na hora da prestação de contas por via conta do estado, não evidenciou com igual destaque o destino dado a tão avultadas somas", recordou.

Samakuva falou também do fim dos monopólios, "que implicam necessariamente um novo paradigma nas relações de poder.

"Implicam inclusão, harmonização e reconciliação", afirmou, salientando que "se o MPLA não estiver preparado para ir tão longe em corrigir o que está mal, o Estado não pode esperar.

A reunião, que termina no sábado, vai decidir o futuro do líder da UNITA.