A posição foi manifestada em comunicado divulgado pelo grupo parlamentar da UNITA depois de uma visita à província de Cabinda realizada nos dias 01 e 02 de Março, para constatar a real situação dos direitos humanos depois de várias notícias a dar conta de dezenas de detenções que envolvem jovens.

"A UNITA defende a criação de espaços de diálogo franco, aberto e transparente com os cidadãos e sobretudo com os jovens, na província de Cabinda. A UNITA já não pode aceitar que em tempos de paz morram angolanos em Cabinda vítimas de um conflito mal resolvido", avança o documento.

O principal partido da oposição defende a necessidade da humanização dos órgãos de defesa e segurança que, "através de métodos repressivos e de violência estimulam e acirram os extremismos desnecessários".

A UNITA quer também a materialização e recuperação dos projectos económicos com repercussão sobre a situação social das populações e sobre o elevado desemprego, que "atinge especialmente os mais jovens".

"Depois de avaliar o papel das partes intervenientes, concluiu que as detenções foram arbitrárias e por isso, contrárias ao estipulado na Constituição e na lei", lamentou o grupo parlamentar da UNITA que é liderado por Adalberto da Costa Júnior.

Recorde-se que as autoridades polícias de Cabinda prenderam um grupo de 74 activistas do Movimento Independentista de Cabinda (MIC) no final de Janeiro.

Tudo aconteceu devido à marcha que acabaria impedida pelas autoridades policiais e que visava exigir a independência de Cabinda quando se comemoram os 134 anos do tratado Simulambuco, assinado em 1885 entre Portugal e os príncipes, chefes e oficiais dos reinos de Cabinda (Makongo, Mangoyo e Maloango), colocando o enclave sob protectorado português.