Num comunicado de imprensa divulgado hoje, a UNITA diz que "o partido está preocupado com este quadro que configura um grave retorno ao estado de partido único ou a um estado em guerra, apoiados em ardilosos aparelhos de intoxicação e propaganda, que atentam contra a pluralidade das instituições políticas e contra à liberdade dos cidadãos".

"Por prova assistimos, recentemente, a entrada em cena de um tal gabinete de inteligência e acção psicológica, na Presidência da República, a coincidir com uma forte campanha de tentativa de criar falsos factos atentatórios da imagem e honra do Presidente da UNITA, candidato alternativo à liderança do poder político", alerta a UNITA.

Para o partido do "Galo Negro", criar um Gabinete de Acção Psicológica "é típico de regimes antidemocráticos ditatoriais e totalitários" e em Estados democráticos e de Direito, "a existência de uma tal estrutura é totalmente inaceitável".

De acordo com a UNITA, "a Presidência da República deve ser o órgão, por excelência, da unidade, da reconciliação e da representação de todos os cidadãos".

"Pelo contrário, testemunhamos situações em que o titular deste gabinete da Presidência da República de Angola, proferiu descaradas inverdades, assentes em notícias encomendadas, criando falsos cenários, na comunicação social, procurando atentar contra o bom nome do Presidente da UNITA", acrescenta o comunicado, referindo-se às declarações recentes de Norberto Garcia num programa de comentário político na TV Zimbo, que partilha com Raul Danda, primeiro-ministro do Governo-sombra da UNITA.

Neste sentido, o Secretariado Executivo do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA esclarece que o deputado Adalberto Costa Júnior (actual presidente do partido), não tem na Assembleia Nacional faltas injustificadas, conforme conferem as actas das sessões Plenárias.

Apontando ainda às declarações de Norberto Garcia na TV Zimbo, este comunicado do maior partido da oposição recorda que, ao contrário do que este afirmou, "a problemática que envolveu o bom nome do presidente da Assembleia Nacional não foi, nem de perto, nem de longe, uma invenção da UNITA, conforme afirmou o titular do Gabinete de Acção Psicológica do Presidente da República, mas um produto da investigação de um jornal da praça, o "EXPANSÃO".

A UNITA diz serem "vários os factos e dados que indiciam jogadas da Presidência da República de manipulação das instituições, no sentido de obter vantagens partidárias, quando as mesmas instituições deviam ser respeitadoras e promotoras da lisura democrática".

A UNITA reafirma o seu comprometimento de "continuar a bater-se por uma reforma do Estado, tão necessária e urgente para a criação de instituições que sirvam o cidadão, a liberdade e a democracia e cooperem para o seu desenvolvimento de modo a que Angola conquiste a estabilidade económica que tarda e que todos ambicionam".

A finalizar A UNITA reitera a sua solidariedade, agindo no sentido de continuar a dar uma contribuição positiva ao combate à prevenção da propagação da Covid-19.