A apreensão consta numa declaração da Comissão Política, no termo da segunda reunião ordinária do principal partido da oposição, que encerrou Domingo, 22 de Novembro, na cidade de Malanje.

Na declaração, a UNITA constatou ainda que o mau estado das estradas que ligam as províncias da região leste do País tem dificultado a livre circulação de pessoas e bens, influenciando negativamente os preços dos principais produtos e a consequente degradação das condições de vida das famílias, assim como o agravamento da actividade empresarial nesta região

"A Comissão Política concluiu que a má gestão da prevenção e combate da Covid -19 pelo Executivo agravou a condição de vida dos angolanos, pelo impacto que gerou nos sectores económico e social", lê-se no documento.

A UNITA encoraja o presidente do partido a estabelecer pontes com todas as forças vivas da Nação na busca de consensos para as questões de interesse nacional.

"Denunciamos o enorme retrocesso no pluralismo de informação, com os órgãos de comunicação social sob tutela do Executivo, obrigados ao cumprimento de uma agenda contrária ao espírito de Paz e de Reconciliação Nacional, promovendo o ódio e a intolerância contra a UNITA e o seu presidente", refere o documento.

A Comissão Política exige dos órgãos competentes do Estado, nomeadamente, o Presidente da República e a Assembleia Nacional, a conclusão da aprovação do Pacote Legislativo Autárquico, durante o último mês deste ano.

"A UNITA exige um novo registo eleitoral e a realização das eleições autárquicas em simultâneo em todos os municípios em 2021, bem como as reformas que o sistema eleitoral requer para se assegurarem processos eleitorais livres, justos e transparentes", frisa o documento.

No encerramento da reunião, o presidente do partido, Adalberto Costa Júnior, lembrou que "o País se tornou objecto de notícias nos média internacionais, não só pelos escândalos de corrupção, mas sobretudo pela repressão e mortes de jovens manifestantes nas ruas de Luanda".

"Essas situações que colocam Angola entre os países que não respeitam e não toleram o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais dos cidadãos, acontecem porque o Governo do Presidente João Lourenço entendeu empunhar armas contra o povo que reclama nas ruas a falta de emprego, contra o elevado custo de vida e pela concretização das autarquias locais no País", frisou, defendendo que "a Polícia Nacional deve dialogar honestamente com os manifestantes e abandonar o uso da força".

Na opinião do presidente da UNITA, "a falta de resposta aos anseios dos angolanos, especialmente dos jovens a quem foram prometidos empregos, habitação, autarquias locais, tem gerado inúmeras reivindicações".

"Não compreendendo as expectativas dos jovens e pela sua cultura contrária ao diálogo, o Executivo do Presidente João Lourenço tem reprimido tais reivindicações, com recurso à força e à violência", disse, frisando que "é decepcionante ver o partido que governa há 45 anos mostrar-se impreparado para conviver numa sociedade plural e mostrar-se cada dia mais incapaz de garantir isenção e transparência na administração do interesse público".

"Quanto mais nos aproximamos dos períodos eleitorais, mais o partido do regime e o seu Governo nos mostram que para eles governar é um exercício intemporal. Este é o resultado das longas permanências no poder, perdendo sensibilidades e acumulando vícios", concluiu.