Alcides Sakala, porta-voz do "Galo Negro", afirmou ao Novo Jornal Online que "os veículos não servem para as estradas do país" e que "a Assembleia Nacional não teve em conta as reais necessidades dos deputados", não sendo este modelo - um sedan de luxo, cujo preço médio ronda os 85 mil dólares -, adequado, na opinião do político, para as visitas aos municípios.

O parlamentar afirma mesmo que os deputados não foram tidos nem achados na "decisão tomada unilateralmente pelo Presidente da AN".

A UNITA ameaça devolver os carros de luxo ao parlamento, "que é sua proprietária e, portanto, responsável pelas viaturas", caso se venha a constatar no terreno aquilo que "já verificaram numa primeira avaliação", lembrando Sakala que o que foi proposto pelo seu partido foi a compra de viaturas todo o terreno (4x4), que "não precisavam de ser luxuosas, apenas precisavam de satisfazer as necessidades de deslocação para o bom cumprimento do mandato dos deputados".

Sakala chamou ainda a atenção para a "mudança de paradigma", pois os carros passam agora a ser entregues à AN no final do mandato. "Ou seja, não são carros dos deputados. São carros da AN ao serviço dos deputados para o cumprimento do seu mandato. Na chapa da matrícula até está o nome da Assembleia", diz, reforçando que esta opção pelos Lexus "é uma decisão do presidente da Assembleia Nacional, que, aliás, não seguiu as recomendações dos deputados".

De recordar que a tradição dos carros de serviço ficarem na posse dos detentores de cargos públicos mesmo depois do exercício da função, terminou já na legislatura de João Lourenço.