A UNITA nota, no debate sobre este assunto, "muita dificuldade" da parte do Executivo angolano, cujos argumentos não são convincentes, pretendendo limitar este exercício aos funcionários das embaixadas".

"A UNITA defende o voto dos angolanos na diáspora como direito constitucionalmente consagrado, a exemplo de países como Cabo Verde, Guine Bissau e São Tomé, e outros que têm comunidades extensas na diáspora", disse ao Novo Jornal o deputado da UNITA Alcides Sakala.

Segundo o deputado, "deve-se partir do princípio de que todo o angolano, com registo consular e nacionalidade angolana comprovada, tem o direito de voto, um direito inalienável, consagrado na Constituição".

"Os argumentos políticos de dirigentes angolanos sobre esta matéria colidem, de facto, com os princípios democráticos relativos ao direito de voto", referiu e salientou que "é uma situação que deve ser alterada para que em 2022 todos os angolanos na diáspora, maiores de 18 anos, exerçam efectivamente o seu direito de voto".

Na sua opinião, votar "é um direito consagrado pela Constituição, por isso as embaixadas e os consulados devem começar já a trabalhar para a criação de condições para que este acto ocorra sem dificuldades".

O membro do colégio presidencial da CASA-CE, Felé António, lamentou que nas últimas eleições gerais de 2017 os angolanos na diáspora tenham sido excluídos apesar de existirem condições para que eles pudessem ter exercido esse direito.

"No próximo ano legislativo este assunto vai dominar os debates no Parlamento. Os angolanos têm direito de exercer o seu voto", referiu, recordando que em 2017 várias organizações de angolanos na diáspora manifestaram a intenção de enviar cartas de protesto às Nações Unidas e à União Africana para exigirem o direito a votar nas eleições.

O presidente do PRS, Benedito Daniel, espera que o Executivo crie condições, o mais "rápido possível", para que os angolanos na diáspora participem nas eleições gerais de 2022.

"Desde das primeiras eleições gerais realizadas em Angola, em 1992, os angolanos na diáspora nunca exerceram o seu direito de voto. Acho que o momento é o ideal para fazerem este exercício em 2022", acrescentou, frisando que no próximo ano legislativo o assunto será prioridade para o seu partido.