A convicção de Abel Chivukuvuku é sustentada, segundo o próprio, pela avaliação de médicos-legistas, russos e cubanos, com quem se reuniu na morgue de Luanda.

"Descartam completamente a teoria que foi apresentada pela Polícia, de que teria havido capotagem, eles acham que não houve. E neste momento, os indicadores é que teria sido morto por asfixia e depois um veículo pesado passou por cima dele", disse o político esta segunda-feira, 09, em declarações aos jornalistas.

O presidente da CASA-CE acrescentou que as lesões encontradas no cadáver não são compatíveis com as de um capotamento, reforçando que "tudo o que a Polícia está a dizer é aldrabice".

O entendimento é partilhado por um médico-legista do Hospital Josina Machel, que apontou ao NJOnline algumas inconsistências na versão policial.

"Seria bom que tivéssemos uma Polícia para os cidadãos e não uma Polícia para o regime", insistiu Abel Chivukuvuku, que relaciona a morte do sobrinho à actividade investigativa que desenvolvia na Procuradoria-Geral da República (PGR).

Segundo o dirigente, Lucas Chivukuvuku tinha em mãos "casos muito sensíveis", que lhe valiam ameaças e tentativas de subornos.

"E foi isso que causou a perda da vida", apontou o presidente da CASA-CE, salientando que o sobrinho desapareceu na véspera do dia em que "tinha como missão bloquear contas" bancárias, associadas a um dos casos sob investigação na PGR.