Segundo o ministro, houve 1.114 crimes comuns que resultaram na detenção de 1.317 cidadãos suspeitos.

O consumo de álcool, que acabou por resultar em agressões entre familiares e amigos, foi eleito, pelo ministro, como o principal motivo para mortes e ofensas corporais.

Ângelo da Veiga Tavares deu como exemplo um dos acontecimentos "arrepiantes" da quadra festiva, que ocorreu à saída de uma discoteca em Viana, nos arredores de Luanda, após uma festa de passagem de ano, e envolveu o atropelamento, alegadamente intencional, de dois irmãos por um amigo.

"A destacar também o aumento das ofensas corporais, provocadas, sobretudo, pelo consumo de álcool, que acabaram por provocar desentendimentos entre familiares e amigos e destes resultar mortes e ofensas corporais, algumas das quais graves", acrescentou.

"Nos dias 24, 25 e 31 de dezembro de 2017 e 01 de Janeiro de 2018, a polícia registou 588 crimes, dos quais 47 foram esclarecidos, o que corresponde a 81% do total, tendo sido detidos 561 suspeitos.

Comparativamente ao ano de 2016, as estatísticas indicam um aumento de mais 140 crimes e mais 131 detidos", expõe o relatório do Posto de Comando Principal de Segurança à Quadra Festiva.

Dessas acções, segundo o relatório, resultaram 26 homicídios voluntários, 17 dos quais esclarecidos, com 14 detidos nas províncias de Luanda (11), Huambo (3), Huíla (2), Moxico (2), Benguela (2), Lunda Norte, Kuanza Sul, Bié, Bengo, Uíge e Kuanza Norte, com um caso cada.

Para a polícia, deste total de homicídios, 16 foram praticados por pessoas conhecidas, devido a desentendimentos em ambiente familiar e dez por marginais, sendo três por disparo por arma de fogo, seis com faca, três por asfixia, 13 por agressões físicas e um com picareta.

Durante a Quadra festiva, a polícia notou a redução de crimes com o recurso a armas de fogo.

No período em referência, houve apreensão de 49 armas de fogo, das quais 44 do tipo AKM, três pistolas, uma Mauser e uma Mini Uzi, sendo Luanda a província com o maior número de armas recolhidas (35).

No que diz respeito aos acidentes de aviação, na opinião do ministro, a situação é ainda preocupante, tendo ocorrido cerca de 34 óbitos e 155 feridos, de um total de 163 acidentes.

A província de Luanda, de acordo com a polícia, lidera, com 32 mortos, seguida do Huambo (19), Benguela (14) e Lunda Norte (11).

Os bombeiros registaram 70 ocorrências, que resultaram em 14 mortos, por presumíveis afogamentos, eletrocussão, suicídio e carbonização em residência.

Os incêndios lideraram as ocorrências, com um total de 36 casos, seguidos dos afogamentos, derrame de combustível, acidentes de viação e iminências de afogamento.

A operação de Segurança à Quadra Festiva envolveu, em todo o país, mais de 100 mil efectivos.