Ao Novo Jornal, um dos responsáveis da morgue assegurou que o caso já é do domínio do Serviço de Investigação (SIC) mas que até ao momento não há nenhuma pista sobre o paradeiro do cidadão Kialunda Manuel, de 85 anos.

Alexandre Manuel, de 51 anos, filho do falecido, disse que o facto ocorreu no dia 05 quando a família se deslocou à morgue para reforçar o pagamento da conservação do cadáver, que foi depositado dias antes, cujo funeral estava agendado para o passado Sábado, dia 09.

O ancião de 85 anos faleceu no dia 03 de Janeiro, vítima de doença, no Hospital Josina Machel (Maria Pia) tendo o seu corpo sido depositado na Morgue Central de Luanda, que fica a poucos metros do hospital.

Alexandre Manuel diz que o corpo desapareceu de forma misteriosa e até ao momento não se sabe ao certo o que realmente se passou com o corpo do seu pai.

"Eles afirmam que o corpo do meu pai não saiu do hospital, porque não há registo de ter saído. Também não conseguem dizer se houve troca de cadáveres porque não há outra família a reclamar", contou.

Segundo o filho, quando se fez o depósito do corpo de Kialunda Manuel, não havia outro corpo na gaveta, e mesmo que tenham colocado outros corpos o do seu pai já havia sido registado e estava identificado, por isso estaria lá.

Para o nosso espanto, prossegue, encontramos dois corpos na gaveta onde estava o do meu pai, infelizmente o nosso cadáver não estava e, até hoje, não aparece.

"Infelizmente, nem a direcção da morgue, nem o SIC-Luanda nos dão uma explicação sobre o assunto. Continuamos assim sem saber o que fazer", lamentou.

Sobre o assunto o Novo Jornal contactou a direcção da Morgue Central de Luanda e António Sapi, um dos responsáveis, disse que até agora não se conseguiu encontrar o corpo do ancião.

"Isso está a ser complicado para nós. Continuamos a lutar com essa situação, infelizmente não vemos o que fazer. Diariamente, trabalhamos no assunto para encontrarmos uma solução e não conseguimos", explicou.

Segundo António Sapi, o que tem acontecido algumas vezes é a troca de cadáver, mas as famílias acabam por dar conta da troca e reportam o facto, o que não foi o caso.

"Essa é a segunda vez que acontece um desaparecimento de cadáver na morgue. A primeira foi há três anos e o corpo nunca foi encontrado", informou.

O Novo Jornal tentou, sem sucesso, junto do SIC-Luanda obter mais explicações sobre este assunto.