Os nomes dos generais Hélder Vieira Dias "Kópelipa" e Leopoldino Fragoso do Nascimento "Dino" vinham sendo apontados pela imprensa como sendo os verdadeiros proprietários da empresa China International Fund, que viu apreendidos, pelo Serviço Nacional de Recuperação de Activos da Procuradoria-Geral da República, a 17 de Fevereiro, os edifícios CIF Luanda One e CIF Luanda Two, localizados na Avenida do 1º Congresso do MPLA, na Ingombota, Luanda.

O mandado de apreensão foi fixado ao final da tarde do dia 17 de Fevereiro em cada um dos edifícios, cumprindo assim a ordem da magistrada do Ministério Público e directora do Serviço Nacional de Recuperação de Activos.

Como fiel depositário foi nomeado o Ministério do Ordenamento, Território e Habitação.

De recordar que uns dias antes, a 11 de Fevereiro, a PGR faz saber, em comunicado, que tinham sido apreendidos vários imóveis, "construídos com fundos públicos", na posse do China International Fund (CIF), localizados no distrito urbano do Zango e no distrito urbano do Kilamba.

Tratava-se de 24 edifícios, duas creches, dois clubes náuticos, três estaleiros de obra e respectivos terrenos adjacentes, numa área total de 114 hectares, localizados na urbanização Vida Pacifica, no distrito urbano do Zango, Município de Viana, Luanda.

E também de 1.108 imóveis inacabados, 31 bases de construção de edifícios, 194 bases para construção de vivendas, um estaleiro e respectivos terrenos adjacentes, numa área total de 266 hectares, localizados no distrito urbano do Kilamba, Belas, na província de Luanda.

De sublinhar que o China International Fund Angola foi a primeira entidade gestora de obra do novo aeroporto internacional de Luanda e, que, em Abril do ano passado, a PGR, através do DNIAP, já tinha recuperado cerca de 286 milhões de dólares na sequência de um inquérito que surgiu após uma fiscalização às obras do aeroporto.

O NJOnline consultou as escrituras do China International Fund CIF. A primeira, de constituição da empresa, datada de 2008, tem como representantes legais Maria de Lourdes Roque Caposso Fernandes, em representação de uma offshore, Plansmart International Limited, com sede nas Ilhas Virgens britânicas, e Paula Andresa Custódio e Silva Inglês, em representação da sociedade Utter Right International Limited, também com sede nas Ilhas Virgens britânica. As sociedades têm ambas como morada a caixa postal nº 957, no centro offshore incorporations.

Em 2018, nova escritura dá conta da entrada de um novo sócio: a empresa IF - Investimentos Financeiros SGPS, SA, com sede em Luanda, no Bairro Nova Vida. O acto foi representado por Samora Borges Sebastião Albino, nome que surge ligado ao escândalo "Paradise Papers". Sobre os sócios da empresa IF - Investimentos Financeiros não há qualquer informação na escritura lavrada em 2011.