Para o comissário-geral Alfredo Eduardo Mingas "Panda", em declarações aos jornalistas após a reunião com as chefias militares, na quarta-feira, o polémico e recente episódio, filmado em vídeo e colocado nas redes sociais, em que um marginal é abatido por um agente do Serviço de Investigação Criminal (SIC), apesar de ter sido "um excesso", não vai limitar nem a vontade e empenho, nem a capacidade das polícias no combate ao crime.

O oficial foi peremptório ao afirmar que a colaboração comas Forças Armadas é importante para a Polícia Nacional, tanto em matéria de formação e organização como o eventual apoio dos militares às operações de combate ao crime violento.

Isto, porque, insistiu o comissário-geral Alfredo Eduardo Mingas "Panda", "não se pode permitir que um conjunto de criminosos ponham em causa a tranquilidade das populações", garantindo que "todos aqueles que empunharem armas terão uma resposta adequada", querendo com isto dizer que as forças de segurança policiais angolanas não vão baixar os braços no "combate cerrado" ao crime.

Apesar de estar ainda incipiente, esta deslocação e reunião do Comandante-Geral da PN com as chefias militares, embora isso não tenha sido dado ou confirmado como estando assegurado, pode ser um primeiro passo para que as Forças Armadas possam, em breve, e com o suporte necessário na legislação, apoiar de forma directa as operações policiais de combate ao crime que, como afirmou Domingos "Panda", está a colocar em causa a tranquilidade e segurança das populações.

Apesar de ter sido forte e prolongada a polémica na sequência da dispersão pelas redes sociais do episódio onde um agente do SIC, na passada sexta-feira, dispara e mata um membro de um grupo de assaltantes que já estava imobilizado no chão, com uma esmagadora maioria dos comentários a posicionarem-se ao lado do agente policial, embora tenha sido igualmente ruidoso o coro de críticas , o comando da PN não admite quaisquer perda de vigor das forças policiais no combate à delinquência violenta e o comandante "Panda" garante que uma actuação dura e decisiva contra "todos os criminosos que empunharem armas".

Agente do SIC em prisão preventiva

No entanto, o agente do SIC que, logo após a divulgação do vídeo foi alvo de um processo disciplinar interno, viu agora a PN remeter o seu processo para o Ministério Público, deixando de estar sob responsabilidade das instâncias da polícia, informou o porta-voz do Ministério do Interior, inspetor-chefe Mateus Rodrigues.

Depois de ouvido na PGR foi-lhe decretada a prisão preventiva como medida de coação.

Também ouvidos pelo Ministério Púbico, os outros seis agentes do SIC presentes na operação mas foram postos em Liberdade.

"Pela natureza do ato, no exercício das suas competências legais, o Ministério Público instaurou o devido procedimento criminal para o apuramento dos factos, tendo sido constituídos arguidos sete agentes do SIC", nota o comunicado da PGR.

No entanto, o Comandante-Geral da Polícia Nacional, comissário-geral Alfredo Eduardo Mingas "Panda", embora admitindo que se tratou de um "excesso", fez questão de lembrar que o agente que efectuou os disparos estava inserido num "combate" com os marginais e que essa situação, geradora de grande stresse, foi o cenário em que esse mesmo "excesso" foi cometido.