"Se a gente observar essas medidas no bom sentido, poderemos observar o achatamento da curva, teremos redução de casos, o contrário poderá levar-nos ao aumento de casos e levar até ao caos o nosso sistema de saúde, que 'per si' lida com a gestão de outras endemias, a malária, tuberculose, VIH-SIDA e o crescimento a cada dia que passa de doenças crónicas não transmissíveis", afirmou o secretário de Estado para a Saúde Pública.

Os novos casos são todos da província de Luanda Maianga, Talatona, Ingombota, Rangel, Kilamba Kiaxi, Belas, Samba, Maianga Cazenga e Cacuaco), sendo 24 do sexo masculino e seis do sexo feminino, adiantou Franco Mufinda, no balanço epidemiológico diário.

Angola soma assim um total de 779 casos, com 30 óbitos, 221 recuperados e 528 activos.

Nas últimas horas foram processadas 2.721 amostras e até à data há um acumulado de 51.191 amostras verificadas.

O vírus, o que é e o que fazer, sintomas

Estes vírus pertencem a uma família viral específica, a Coronaviridae, conhecida desde os anos de 1960, e afecta tanto humanos como animais, tendo sido responsável por duas pandemias de elevada gravidade, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), transmitida de dromedários para humanos, e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), transmitida de felinos para humanos, com início na China.

Inicialmente, esta doença era apenas transmitida de animais para humanos mas, com os vários surtos, alguns de pequena escala, este quadro evoluiu para um em que a transmissão ocorre de humano para humano, o que faz deste vírus muito mais perigoso, sendo um espirro, gotas de saliva, por mais minúsculas que sejam, ou tosse de indivíduos infectados o suficiente para uma contaminação.

Os sintomas associados a esta doença passam por febres altas, dificuldades em respirar, tosse, dores de garganta, o que faz deste quadro muito similar ao de uma gripe comum, podendo, no entanto, evoluir para formas graves de pneumonia e, nalguns casos, letais, especialmente em idosos, pessoas com o sistema imunitário fragilizado, doentes crónicos, etc.

O período de incubação médio é de 14 dias e durante o qual o vírus, ao contrário do que sucedeu com os outros surtos, tem a capacidade de transmissão durante a incubação, quando os indivíduos não apresentam sintomas, logo de mais complexo controlo.

A melhor forma de evitar este vírus, segundo os especialistas é não frequentar áreas de risco com muitas pessoas, não ir para espaços fechados e sem ventilação, usar máscara sanitária, lavar com frequência as mãos com desinfectante adequado, ou sabão, cobrir a boca e o nariz quando espirrar ou tossir, evitar o contacto com pessoas suspeitas de estarem infectadas.