Como consequência, informou, muitos cidadãos estão detidos por desobediência e desacato às forças de defesa e segurança. Entre os detidos estão taxistas por excesso lotação, moto-taxistas pelo exercício do serviço de moto-táxi, proibido temporariamente, e cidadãos que insistem em entrar e sair de Luanda em desrespeito a cerca sanitária provincial.

"Corremos o risco de todo o trabalho ir por água abaixo", alertou o responsável afirmando que o "alívio" previsto nas regras do novo decreto presidencial foi tomado no pressuposto da retoma económica, "e não para que todos passassem a circular".

"Se não houver essa consciência os resultados poderão ser desastrosos", reforçou o subcomissário, lembrando que já foi registado um caso de transmissão local de infecção pelo novo coronavírus e "há alguma probabilidade" de ocorrência de casos comunitários.

Segundo Waldemar José, foi também verificada a prática de exercícios físicos fora dos horários estipulados, a abertura de alguns ginásios, quando está proibido o seu funcionamento, e a prática de jogos de futebol e basquetebol, por serem desportivos colectivos que não permitem o distanciamento.

"Se não adoptarmos o distanciamento social e permanecermos em casa, vamos ceifar vidas", insistiu lembrando os riscos de colapso do sistema de saúde como aconteceu na Europa e nos Estados Unidos, o que só será evitado se forem adoptadas medidas de prevenção.

"Não se surpreendam com medidas das forças de defesa e segurança que vão ser adoptadas nos próximos dias", avisou, acrescentando: "O nosso objectivo não é adoptar medidas coercivas, só o faremos se o cidadão não adoptar esta comunicação como sendo para cumprir".

Também a realização de cultos com mais de 50 pessoas por determinadas igrejas, a deslocação de cidadãos para visitas a familiares em hospitais e a instituições públicas para renovação de documentos, que embora expirados podem sem usados no período em que vigora o estado de emergência, foram criticadas pelo subcomissário.

Waldemar José pediu aos empregadores que emitam declarações de serviço com a clarificação dos dias e horários de serviço do funcionário, para facilitar o trabalho das forças de defesa e segurança e limitar a circulação do cidadão em horários impróprios.

O porta-voz do Ministério do Interior esclareceu também que as empregadas domésticas estão proibidas de retomar o serviço, podendo circular apenas as internas para o supermercado, farmácia ou outro lugar autorizado.