Um dos mentores deste Grupo de VoluntáriosCovid AO disse hoje aos jornalistas, em conferência de imprensa, que esta produção vai depender dos donativos que vão receber das pessoas interessadas em aderirem à causa.

"Por cada donativo de 1.200 Kwanzas a pessoa recebe uma viseira mas este mesmo donativo vai permitir produzir três viseiras para entregarmos gratuitamente às entidades" que estão na linha da frente do combate à pandemia da Covid-19, referiu, anunciando que, para isso, foi importante que a empresa Plastcon, que apenas cobra a matéria-prima usada pelo grupo, se tenha juntado à iniciativa.

Este voluntário lembrou que já distribuíram em várias unidades hospitalares de Luanda duas mil viseiras fabricadas com impressora 3D montada a partir de um kit que não custou mais de 90 mil Kwanzas.

"Era um processo muito moroso para imprimirmos. Mas agora, com o apoio da Plastcon, estamos em condições de produzir mais viseiras" para apoiar o esforço em curso no país contra a pandemia da Covid-19, acrescentou.

Das cinco mil viseiras que deverão começar a ser produzidas por dia dentro de duas semanas, 1250 serão destinadas aos doadores e as restantes 3750 vão ser distribuídas por bombeiros, pessoal hospitalar, forças de segurança, entre outros,

Esclareceu ainda que as viseiras vão ser distribuídas a partir de um armazém disponibilizado pela NCR e por uma equipa de voluntários que farão chegar os equipamentos a doadores e a entidades públicas em Luanda, sendo as províncias servidas igualmente pela NCR on line, que se disponibilizou para fazer essa distribuição.

Esta iniciativa, disse ainda a mesma fonte, começou com o fabrico caseiro de viseiras para distribuir pela família e amigos, mas, agora, com os diversos apoios conseguidos, a ambição dos voluntários é levar o projecto mais longe, prevendo mesmo a industrialização do fabrico das viseiras.

E informou que a Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou o seu uso no País.

"As viseiras que estamos a distribuir, não servirão apenas para Covid-19. Depois de a pandemia passar, elas também continuarão a ser usadas para a prevenção de muitas doenças, com destaque para a tuberculose", disse ainda este voluntário, informando que grande parte de matéria-prima para a produção das viseiras é importada.

Neste projecto estão dezenas de voluntários, incluindo empresas, e para comunicar com este grupo, os interessados podem ligar para o terminal 923 190 855 ou visitar ou através do email [email protected]

Este projecto já começou em meados de Abril mas agora ganha maior dimensão com a possibilidade de distribuir as viseiras entre a população mais necessitada.

Estes equipamentos já estão a ser usados de forma massiva em alguns países porque permitem um grau significativo de protecção ao seu utilizador, embora os peritos da Organização Mundial de Saúde aconselhem o uso simultâneo com a máscara facial e advirtam para o facto de a viseira não ser, por si só, garantia cabal de protecção contra a Covid-19.