Esse compromisso, como contou fonte do sindicato ao Novo Jornal Online, chegou ao fim de seis horas de conversações, entre as 11:00 e as 20:00, com, no fim, o GPL a comprometer-se em responder positivamente à maioria das reivindicações destes profissionais.

Entre estas "vitórias" do SINTENFL, segundo explicou ao Novo Jornal Online António Kileba, secretario-geral do sindicato, está a garantia do GPL em abrir concurso público, o pagamento de retroactivos e promoções nas diversas categorias profissionais justificadas após cinco anos de serviço.

António Kileba sublinhou que a "persistência foi coroada de sucesso" porque mais de 70 por cento das reivindicações do SINTENFL "foram satisfeitas" no decurso das negociações de última hora, permitindo assim o regresso ao trabalho dos profissionais de enfermagem já às primeiras horas de hoje em todas as unidades de saúde públicas da província de Luanda.

Ainda em resultado destas conversações, vai ser constituída uma comissão que integrará elementos do sindicato, do GPL e do Governo.

Este desfecho ocorre, todavia, depois de o governador provincial de Luanda, Adriano Mendes de Carvalho, ter ameaçado, na quarta-feira, durante uma visita a uma unidade de saúde no Cazenga, que os enfermeiros dos postos de saúde, centros municipais e hospitais provinciais de Luanda, que não estão filiados no sindicato seriam expulsos.

"Só pode fazer greve quem estiver filiado no sindicato. Se há enfermeiros que não são do sindicato como é que querem participar da greve? Por isso, os não filiados serão sancionados. E vão para rua", declarou o governador.

O responsável do GPL disse ainda que o Estado não é contra a greve, "mas que o governo não vai deixar morrer as pessoas por causa da greve", depois de antes ter sido anunciado o recurso a profissionais adstritos a alguns ministérios, como o Interior e da Defesa, para colmatar as brechas criadas pela greve nos hospitais públicos.

"Quem não trabalha não come. E se não estão a trabalhar não podem ter direito a salário e nós estamos a controlar isso" concluiu.

Adriano Mendes de Carvalho proferiu estas declarações aos pacientes e médicos do Hospital Municipal do Cazenga quando fazia, nesta quarta-feira, a apresentação de 50 enfermeiros das Forças Armadas Angolanas (FAA), disponibilizados para aquele município.

Já o tenente-coronel Bravo da Rosa, chefe da repartição dos serviços de saúde da região militar de Luanda, disse ao Novo Jornal Online que as FAA receberam a ordem do comando superior e que estão prontas para cumprir esta tarefa.

"Estamos preparados para qualquer incumbência, por isso é que somos Forças Armadas Angolanas, nossa tarefa é servir a pátria. Quando o Comandante-em-Chefe ordena, nós temos que cumprir a missão", disse.

De recordar que em Julho do ano passado, a greve dos enfermeiros de Luanda foi suspensa depois de o governo ter prometido cumprir os 12 pontos do caderno reivindicativo, apresentado em 2012, onde, entre os quais, estão o pagamento de retroactivos e subsídios, ajuste salarial, promoção dos profissionais com mais de cinco anos de serviço e abertura de um concurso público interno para os técnicos, que aumentarem os seus níveis académicos nessa área.