A informação foi avançada hoje ao NJOnline pelo primeiro secretário da comissão Sindical da EPAL, António Domingos Martins, que realçou que muitos dos seus colegas estão a ser ameaçados, de despedimentos e processos indisciplinares, caso se juntem à greve.

"A greve continua, mas a empresa está a coagir muitos dos funcionários para trabalharem como cavalo", disse o líder sindical.

"Começámos ontem a tirar o pessoal que estava a garantir os serviços mínimos e, como alternativa, a empresa está a usar alguns directores e chefes de departamento que também são técnicos, para que esses operem as máquinas e então garantirem os serviços", relatou.

António Domingos Martins denunciou que a paralisação dos funcionários da EPAL em parte está a beneficiar os directores da empresa, bem como alguns dirigentes do Executivo, que têm como negócio a comercialização de água, em camiões cisterna, porque, segundo conta, são os donos de girafas que foram todas privatizadas.

O sindicalista disse também que os líderes da empresa estão a enganar os órgãos de comunicação social quando asseguram que a EPAL está aberta a negociações com os responsáveis sindicais.

"Isso é tudo mentira, até agora não fomos convidados a negociar, e, caso não haja solução, nós vamos continuar com os braços cruzados", afirmou.

Quanto ao caderno reivindicativo apresentado à entidade empregadora, António Domingos Martins disse haver condições para que a EPAL efective algumas das reivindicações ainda este ano, sobretudo a questão do aumento salarial, na ordem dos 200 por cento.

Entretanto, o sindicalista refere que o novo salário pretendido ronda os 150 mil kwanzas, contra os menos de 60 mil que recebem.

De referir que o caderno reivindicativo enviado à administração da EPAL contém cerca de 35 pontos, onde estão, entre outras, a exigência de aumento do subsídio de alimentação e transporte de 22 mil para 44 mil kwanzas, a atribuição de seguro de saúde para os trabalhadores e para o agregado familiar, promoções, subsídio de transportes e a formalização do pagamento do 14º mês.

Sobre o assunto o NJOnline contactou o director de Recursos Humanos da EPAL, Domingos Januário de Almeida, para o devido esclarecimento, mas este responsável não se mostrou disponível.