Milton Chivela relevou que essa dívida está a ser amortizada de forma paulatina e que a grande fatia do encargo é com os serviços médicos cubanos, entidade responsável por todas as instituições que oferecem cursos ligados ao sector da saúde, tendo avançado ainda que não há nenhuma dívida em termos de propinas com as diversas universidades de Cuba e de outros Países.

O director-geral do Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo reconheceu que a formação em Cuba, onde o INAGBE tem mais de 1.500 bolseiros, é bastante cara.

O responsável deu a conhecer ao Novo Jornal que existe agora um atraso de três meses de subsídios de bolsa aos estudantes em Cuba, Argélia, Marrocos, Tunísia e Namíbia.

"Estes estão efectivamente com atrasos de três meses. Nos demais sectores como Rússia, Portugal, Brasil e Índia, os bolseiros estão pagos até ao mês de Janeiro, faltando a mensalidade de Fevereiro", explicou.

Perguntado quais são os motivos dos atrasos, Milton Chivela respondeu que é a dificuldade na aquisição de divisas por parte das instituições bancarias e que esse problema não é do INAGBE, e salientou que na instituição que dirige não têm ficado de braços cruzados.

"Em tempos, e com a intervenção da ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Maria do Rosário Sambo, entramos em contacto directamente com o Banco Nacional de Angola (BNA) e acreditamos que nos próximos dias as transferências poderão sair de Angola para os determinados Países. E tão logo os sectores acusem à recepção poderão fazer as transferências para as contas individuais dos bolseiros", realçou.

O director-geral do INAGBE referiu que tanto os encarregados como os bolseiros têm que ter atenção à situação económica que o País está a viver, sobretudo com a redução do preço do barril do petróleo em virtude da pandemia do Coronavírus.

"Os bolseiros têm que ter uma consciência financeira que nunca tiveram. Não estou a dizer que haverá atrasos constantes, mas há essa possibilidade", afirmou.

Quanto aos cortes de 29 dólares no subsídio de bolsa, que o Novo Jornal, notíciou a 20 de Fevereiro, o director-geral do Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo esclareceu que o corte é em função da taxa cambial que o INAGBE está a aplicar.

"É impossível actualizarmos mensalmente a taxa, porque o montante que recebemos é fixo e não flutua conforme as taxas do câmbio. Os recursos estão limitados, então temos que fazer uma gestão com aquilo que nos é dado", explicou.

Mas, explicou ainda, "esse corte não está a acontecer só com os bolseiros de Cuba, está a acontecer com todos os países onde temos bolseiros. Porque o ajuste é para todos e o INAGBE disseminou essa informação aos sectores e pediu para darem a conhecer à comunidade".

Milton Chivela disse também que recentemente esteve em Portugal, onde os estudantes bolseiros procuram saber as razões dos descontos, tendo ali esclarecido os estudantes.

Cuba é o País com mais bolseiros angolanos, num total de 1.762. Anualmente, o Governo gasta 19 milhões de dólares com eles.