Neste processo de deslocação forçada dos manifestantes para esta área da cidade de Luanda o activista Nito Alves, um dos organizadores da manifestação, foi ferido e foi evacuado para uma unidade hospitalar.

A utilização intensiva de gás lacrimogéneo afectou fortemente os moradores e há registo de desmaios entre estes, incluindo crianças.

Ao mesmo tempo que a polícia afastava os manifestantes, o Presidente da República inaugurava o Hotel Luanda Miramar, uma das maiores e mais luxuosas unidades hoteleiras do País, localizado no Miramar, recentemente nacionalizada.

Recorde-se que o comandante-geral da Polícia Nacional, Paulo de Almeida, tinha garantido que as forças de segurança iriam fazer cumprir e manter a ordem.

A manifestação, contra o desemprego e o elevado custo de vida, que estava agendada para hoje, foi marcada pelo Movimento Revolucionário e pela Cidadania, e estava proibido pelo Governo Provincial de Luanda.

Como o Novo Jornal constatou, grande parte dos manifestantes saíram do Rangel, tendo, nas proximidades do Triângulo dos Congolenses, a polícia anti-crime e PIR efectuado vários disparos para dispersar a concentração de jovens.

Próximo da FTU, na estrada de Catete, e Largo do Motorista, na direcção de Viana, a políca colocou um forte dispositivo para travar o acesso a diversos grupos que se deslocavam para a cidade.

Jà perto das 12:00, os efectivos da PN posicionados em vários locais da cidade tinham, aparentemente, conseguido diluir os ajuntamentos e dissolvido a manifestação na sua génese. Apesar de algumas denúncias de detenções, estas não estavam ainda confirmadas oficialmente.

Divididos em pequenos grupos, os manifestantes mantinham-se,todavia, em diversos pontos de Luanda, um deles, que atraiu igualmente a atenção das forças de segurança, o Hospital Américo Boavida, para onde fora, duas horas antes, transportado o activista Nito Alves, ferido nos confrontos com as forças policiais.

Entretanto, na Estalagem, próximo de Viana, militares armados foram igualmente deslocaos para as ruas de forma a apoiar a polícia para que os manifestantes que se dirigiam de Viana para Luanda fossem travados na sua caminhada.