David Já, que falava ao NJOnline no fim do Ramadão (30 dias de abstinência de comer, beber e ter relações sexuais do nascer ao pôr do sol), referiu que com o actual Executivo as coisas parecem estar a caminhar bem.

"O Governo não reconhece o Islão em Angola, mas não proíbe a realização dos nossos cultos, não obstante alguns embaraços que têm vindo a registar-se. Para nós são bons sinais por parte do Executivo", acrescentou.

Relativamente à alegada polémica sobre o encerramento de mesquitas nas províncias do Zaire, Uíge, Cabinda e Lundas Norte e Sul, que obrigou muitos muçulmanos de Angola a irem para a vizinha República Democrática do Congo (RDC), David Já respondeu que a comunidade muçulmana em Angola continua a dialogar com as autoridades destas províncias para que se chegue a um entendimento.

"A comunidade muçulmana em Angola tem boas intenções. Estamos aqui para ajudar o Governo na melhoria das condições da vida das populações nas principais cidades e inclusive nas zonas de difícil acesso", referiu.

Recorde-se que em reacção sobre o encerramento de mesquitas, a directora provincial da Cultura na Lunda-Norte, Esmeralda Machimata, negou que tenham sido proibido cultos da religião muçulmana na província e justifica que os fiéis não rezam nos templos por que estes "estão entre as 94 igrejas encerradas", no âmbito das acções da "Operação Resgate".

Esmeralda Machimata acrescentou que a "Operação Resgate", que inclui vários departamentos Ministeriais, tomou esta decisão para todas as igrejas em vias de reconhecimento pelo Ministério da Justiça.

"Ninguém proibiu os muçulmanos de realizarem cultos, aqui na Lunda-Norte", assegurou.