Os funcionários acusam a anterior direcção, que foi dirigida por Sérgio José, exonerado em Fevereiro último pela Ministra da Juventude e Desportos Ana Paula Neto.
Os trabalhadores, visivelmente insatisfeitos, disseram, sob anonimato, ao Novo Jornal Online, que vivem dias difíceis e não compreendem as razões desta demora, uma vez que a casa produz lucros mensalmente através do centro de formação, do auditório, do pavilhão polidesportivo e de uma pousada com 33 quartos.
Os visados afirmaram que, durante todo o ano, os alunos pagam, sem interrupção, as suas propinas, o auditório e o polidesportivo são sempre alugados e disseram desconhecer o destino dado ao dinheiro.
Entre as muitas reclamações estão as de um grupo de seguranças, que dizem ter sido dispensados pela nova direcção no dia 1 de Março desde ano sem, entretanto, terem sido pagos os salários em atraso.
"Apareceu uma empresa de segurança, às 19:00, dizendo que vinham substituir-nos, e que nós teríamos de aguardar as orientações da ministra da Juventude e Desportos. Nos dias seguintes fomos mandados embora", contaram os guardas dispensados.
O Novo Jornal Online apurou no local que o único gerador que fornecia energia à instituição se encontra danificado sem possibilidade de reparação, o que deixa a Casa de Juventude sem energia eléctrica sempre que a luz da rede pública sofre cortes naquela zona de Viana.
Entretanto, segundo constatou ainda o Novo jornal Online, a Casa da Juventude está sem eletricidade há vários meses pelo facto de a anterior direcção ter contraído uma dívida de quatro milhões de kwanzas à Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE), situação que está ser resolvida pela nova direcção que já efectuou um pagamento inicial de 500 mil kz, para o restabelecimento da mesma.
De dívida não é tudo, a Empresa Pública de Águas de Luanda (EPAL), suspendeu há um ano, o fornecimento de águas a Casa da juventude face a uma dívida de um milhão de kwanzas, contraída pela direcção de Sérgio José, antigo director.
Quanto aos salários em atraso, os funcionários estão esperançados na nova direcção, acreditando que venha selecionar os problemas.
"Aguardamos e acreditamos que a nova direcção vai resolver este problema salarial nos próximos tempos, mal chegou pagou-nos um mês de salário, coisa que não víamos há um ano", explicaram.
Nova direcção encontrou uma dívida de mais de 40 milhões de kwanzas
A nova directora da Casa da Juventude, Telma Domingos de Castro, disse em exclusivo ao Novo Jornal Online que a situação salarial dos funcionários da instituição será resolvida até ao segundo semestre desde ano.
"Os 18 meses de salários em atraso vão ser resolvidos ainda esse ano, contamos com o apoio do Ministério da Juventude e Desporto para podermos pagar aos funcionários e temos a certeza de que será feito a partir do segundo semestre de 2018", disse, acrescentando: "a ideia é de, a partir do próximo mês, começarmos a pagar um salário mensal e um atrasado, esta é a nossa perspectiva. Na verdade, o pessoal está mais animado e com a falta de salário eles desempenhavam mal os seus trabalhos".
Quanto aos seguranças dispensados, a nova directora assegurou que a sua direcção está já a trabalhar junto do Ministério da Juventude para resolver a situação.
"Eles não serão indemnizados, apenas vamos pagar os salários em falta, serão pagos porque faziam parte de uma empresa de segurança que o Ministério pagava. Só que a mesma não lhes pagava e, como os guardas se sentiam abandonados, a Casa da Juventude decidiu absorvê-los, mas numa perspectiva de ir pagando os salários, mas concluiu-se que não era viável. Assim, o Ministério da Juventude e Desportos contratou uma empresa para fazer um trabalho com eficiência", disse.
Telma de Castro assegurou que a grande dificuldade que encontrou na instituição foi a falta de energia eléctrica da rede pública, que estava cortada por falta de pagamentos, mas que felizmente já está restabelecida.
"É já um problema que resolvemos com a ENDE, e fizemos um plano de pagamento em que pagámos uma prestação inicial. Encontrámos a Casa da Juventude com uma dívida de mais de 40 milhões de kwanzas, o fornecimento a água também foi cortado por causa da dívida de um milhão de kwanzas, portanto, é nossa pretensão resolvermos esses problemas", explicou.
Telma de Castro disse ainda querer fazer da Casa da juventude um bom lugar de pesquisa e lazer para a juventude em Luanda.
"Vamos criar mais espaço de interacção juvenil e fazer uma reorganização de pessoal, porque aqui uma pessoa faz quase tudo e precisamos de colocar as pessoas certas nos lugares certos", concluiu.