O UNOCHA, em nota divulgada hoje, alerta para a situação em que estes 11.910 refugiados se encontram desde que abandonaram o centro do Lóvua e se puseram a caminhar rumo à fronteira com a RDC, acabando por se concentrar já na RDC para esperar a ajuda que tarda do seu Governo.

Na sua maioria são pessoas que aguardam transporte para as suas aldeias, dispersas pela província do Grand Kasai, que faz fronteira com a Lunda Norte.

A fuga, iniciada em 2017, resultou da violência brutal exercida pelas milícias Kamwina Nsapu, que, num acto de revolta contra as autoridades de Kinshasa, destruíram centenas de aldeias, mataram milhares de pessoas e pelo menos dois milhões deixaram as suas terras, sendo que cerca de 50 mil acabaram por atravessar a fronteira para Angola em busca de segurança.

Actualmente, ainda segundo este departamento das Nações Unidas, estas pessoas sofrem a falta de água potável, alimentos e vestuário, bem como medicamentos, cabendo agora ao Governo congolês resolver o problema, essencialmente porque os refugiados deixaram o centro de Lóvua sem enquadramento oficial do Alto-Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR).

É ainda afirmado na nota que o Governo angolano, empenho confirmado pela visita do secretário de Estado mantém a comunicação com o Governo congolês para a procura de uma saída célere para este problema que se agudiza a cada dia que passa, sendo urgente o seu transporte para as aldeia de origem.