"Existe um processo em curso, mas está em segredo de justiça, uma vez que se encontra na fase de instrução preparatória", informou o sub-procurador-geral da República na Huíla, Hernâni Beira Grande, em declarações à Rádio Nacional, acrescentando que foram ainda indiciados outros suspeitos.

No momento, segundo o sub-procurador, correm os trâmites legais do processo número 2.272.

"Temos já alguns arguidos detidos, como o ex-delegado provincial das Finanças da Huíla e o ex-director provincial da Educação. O processo envolve o desvio de mais de duzentos milhões de kwanzas, destinados à compra de laboratórios, que não existem", explicou.

João Marcelino Tyipinge reage

"Nunca fui chamado para prestar declarações sobre o processo, mas vocês baseiam-se em documentos - digamos - falsos, e publicam. Sem fundamento nenhum", disse o ex-governador à Rádio Nacional de Angola, reagindo à notícia sobre as investigações.

"Nunca fui ouvido", reforçou.

De lembrar que o Serviço de Investigação Criminal (SIC) deteve, no dia 3 de Setembro, o director do Gabinete Provincial da Educação da Huíla, Américo Chicote, bem como o ex-delegado provincial das Finanças na Huíla, Sousa Dala.

Em causa está o "desaparecimento" de 200 milhões de Kwanzas dos cofres da província, através de um contrato com a empresa Ciko Soluções, Gestão e Empreendimento, para a criação de 22 laboratórios escolares, para os primeiro e segundo ciclos.

Apesar de o acordo ter sido rubricado em 2015, três anos depois continua sem sair do papel, circunstância que no final de Agosto também levou à detenção de dois responsáveis da firma Ciko Soluções, Gestão e Empreendimento.

Para além do crime de peculato, estão sob investigação crimes de abuso de confiança, branqueamento de capitais, associação criminosa e corrupção passiva.