Um comunicado de imprensa dos CFL avança que a detenção deste grupo foi possível devido a uma denúncia feita por residentes nas imediações do local onde o furto teve lugar.

Do mesmo modo, os CFL informam que os "marginais" foram detidos quando procediam ao corte dos carris furtados mesmo na berma da linha, a cerca de 20 kms de Ndalatando, revelando um à-vontade extraordinário, deixando pressupor que não temiam o aparecimento da polícia.

Os meliantes já tinha conseguido cortar 100 fracções de carris de três metros cada uma delas.

A mesma nota de imprensa avança que o furto deste tipo de material, para posterior venda do metal, tem sido frequente, gerando problemas técnicos e colocando em causa o funcionamento normal desta via férrea que liga Luanda a Malange.

Estes carris, sublinhe-se, não são retirados da via férrea, encontrando-se posicionados em determinados locais da linha de forma a substituir aqueles que questão em uso sempre que se revela necessário.

Para além dos prejuízos, estes furtos provocam, por vezes, atrasos substanciais na reparação de troços da linha danificados.

Recorde-se que ainda a 03 de Novemebro os CFL se viram forçados a suspender temporariamente a circulação dos comboios suburbanos de passageiros no trajecto da estação dos Musseques ao Bungo depois de terem detectado que mais de 600 parafusos de fixação da linha férrea foram retirados.

Se esta situação não tivesse sido detectada provocaria o descarrilamento do comboio, soube o Novo Jornal junto de fonte da direcção do CFL, que apelidou este crime de "sabotagem".

A "sabotagem" fez com que cerca de três mil passageiros ficassem impedidos de andar de comboios do CFL no período da manhã entre a estação dos Musseques e Bungo e o assunto já foi entregue à polícia, acrescentou o director do gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do CFL, Augusto Osório.

Segundo Augusto Osório, roubos do género têm sido constantes ao longo da linha "mas nunca nada com esta dimensão e perigo de provocar uma tragédia".

"A falta dos parafusos iria fazer com que houvesse um descarrilamento. Felizmente a nossa equipa de ronda detectou essa falha antes dos comboios começaram à circularem e suspendemos o serviço", apontou.

"Já notamos isso no Icolo e Bengo, zona do Sambizanga e Boavista, essa madrugado aconteceu nos Musseques numa dimensão muito maior o que podia causar certamente um descarrilamento, se o comboio passasse", disse.