Lourenço Mussango manifestou esse posicionamento na sua conta do Facebook no dia 01 de Janeiro, momentos depois de o Novo Jornal ter noticiado que o júri do Prémio Literário António Jacinto 2020 anulou a atribuição do prémio por verificar na obra do laureado "confluências morfossintáticas, estruturais e de conteúdo que configuram plágio" de um conto da autoria do escritor brasileiro.

Em resposta à acta do júri do Prémio Literário António Jacinto, Lourenço Mussango escreveu que o documento do júri está longe de ser o verdadeiro motivo da suposta anulação do referido prémio.

"A verdade é que, sem se analisar as provas materiais que comprovam qualquer verdade, o júri decidiu demarcar-se para salvaguardar a imagem do Instituto Nacional das Indústrias Culturais e Criativas (INICC) ", disse o escritor, acrescentando que "o argumento do júri prende-se na ideia de que o Prémio Literário António Jacinto não pode ser manchado por uma acusação de plágio".

Lourenço Mussango considerou o posicionamento do júri como sendo precipitado e injusto, visto que a última edição do Prémio Literário António Jacinto foi atribuída a uma obra de oito contos, o que quer dizer que o prémio é resultado da avaliação da obra e não de excertos de um só conto.

No entanto, o escritor angolano informou também que não recebeu nenhum comunicado oficial da parte do INICC (promotor do prémio) ou de qualquer outra entidade ligada ao prémio.

Entretanto, o júri explica em acta de 21 de Dezembro de 2020, citando um regulamento do prémio, que as obras precisam de ser "inéditas".

De lembrar que o escândalo de plágio "rebentou" em meados de Dezembro do ano passado, quando o brasileiro Paulo Cantarelli, em texto publicado no Facebook, acusou o angolano Lourenço Mussango de lhe ter "roubado" parte do conto «Serena» para compor o «Mulher Infinita», um conto do livro com o mesmo título e com o qual o autor nacional se sagrou vencedor do Prémio Literário António Jacinto.