Gonçalves Manuel Muandumba tem no topo da sua agenda para esta deslocação ao Dundo, reunir com as autoridades provinciais no sentido de averiguar o curso dos trabalhos de preparação do novo centro de acolhimento que está a ser criado no município do Lóvua, para substituir os centros provisórios de Cacanda e Mussungue.

Segundo informações avançadas pelo gabinete de imprensa do MINARS, esta aceleração do processo de preparação e transferência dos milhares de refugiados que se encontram em Cacanda e Mussungue para o Lóvua, resulta da preocupação de Gonçalves Muandumba face à falta de condições actuais dos dois centros para fazer face à época das chuvas, que tem início oficialmente a 15 de Agosto mas que na Lunda Norte tende a fazer-se sentir antes dessa data.

As condições de Cacanda e Mussungue são, como o Governo Provincial da Lunda Norte e os organismos das Nações Unidas que estão no terreno, como a UNICEF ou o Alto-Comissariado para os Refugiados (ACNUR), já sublinharam, claramente insuficientes para acolher condignamente os milhares de pessoas, na maioria crianças, idosos e mulheres, que fugiram das províncias congolesas do Kasai e Kasai Central, onde as milícias do Kamwina Nsapu (chefe tradicional) espalham o terror e a morte há mais de um ano.

Apesar de o número de refugiados que procuram a Lunda Norte estar a diminuir, devido à diminuição da intensidade da violência verificada após as operações das Forças Armadas da RDC, com apoio das FA Angolanas, na limpeza desta vasta região que faz fronteira com Angola, quem está nos centros de acolhimento só deve começar a regressar às suas casas quando os Kasai e Kasai Central estiverem livres das milícias.

Ainda segundo a mesma fonte, Muandumba "solicitou a intervenção dos outros sectores do executivo que podem estar directamente ligados aos preparativos do campo definitivo", por forma a garantir que as chuvas não vão surpreender os refugiados ainda nos mesmos centros provisórios de Cacanda e Mussungue.

Com o ministro da Assistência e Reinserção Social estão responsáveis da Defesa, do Interior, das Relações Exteriores, da Saúde e da Agricultura, que fazem parte da Comissão Inter-sectorial para o acolhimento dos Refugiados da RDC.

O secretário de Estado da Construção também integra a comitiva, visto que vai ser preciso mobilizar maquinaria para, por exemplo, a limpeza das matas, bem como o Director Nacional de Energia e Águas para garantir a abertura de furos onde possa ser captatada água para o espaço.