Esta constatação foi feita durante o XIX módulo da Formação em Desenvolvimento Comunitário dirigido aos quadros da ADRA nas províncias do Cunene, Huíla e Malanje.

Segundo apurou o Novo Jornal Online, os participantes que estiveram reunidos no dia 11 concluíram que o contexto económico nas províncias do Cunene, Huíla e Malanje, à semelhança do resto do País, é ainda caracterizado pelo aumento dos níveis de desemprego e encerramento de empresas.

Este quadro económico, segundo a ADRA, "acentuou o êxodo rural, com maior incidência para a saída dos jovens das aldeias, deixando as zonas rurais com pouca força de trabalho".

Face a esta situação, os participantes recomendaram o fortalecimento da actividade agrícola nas zonas rurais através do apoio aos camponeses e agricultores na diversificação de culturas resistentes às condições de seca e ao investimento nos pequenos sistemas de aproveitamento das águas pluviais.

A promoção de projectos agrícolas e de outros de natureza económica especificamente direccionados para os jovens, a implementação de medidas de políticas agrícolas voltadas para o apoio à agricultura familiar, foram, entre outras, recomendações deixadas pela ADRA.

O estudo sobre a linha especial de crédito agrícola realizado em 2012 foi considerado pelos participantes como sendo, "uma importante oportunidade para a ADRA, na medida em que permitiu recolher evidências sobre a implementação desta política pública, subsidiando a organização com elementos de reflexão que contribuíram para a melhoria da sua acção de advocacia social no domínio do desenvolvimento rural, especificamente, no sector de financiamento à agricultura familiar".

Os resultados do referido estudo, segundo os participantes, "são ainda relevantes e podem constituir uma importante referência no contexto actual em que o Executivo pretende retomar as iniciativas de crédito agrícola para os pequenos e médios agricultores".

Entretanto, na terça-feira, foi assinado um acordo de financiamento entre Angola e o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), no valor de 7,6 milhões de dólares, que irá beneficiar 8.000 famílias rurais nas províncias de Benguela, Cunene e Huíla.

O acordo para o Projecto de Recuperação Agrícola (ARP) visa aumentar a segurança alimentar e nutricional das cerca de 8.000 famílias beneficiárias.

"O ARP ajudará os agricultores de subsistência a aumentar a produção e a produtividade das culturas e pecuária", aproveitando o trabalho já realizado e financiado pelo Governo angolano, bem como parceiros de desenvolvimento, no âmbito de diversos programas de emergência, para que as famílias recebam dois pacotes generalizados, um de segurança alimentar, baseado em culturas, e o outro baseado no gado, constituídos por aves domésticas, cabras, ovelhas e suínos, que deverão variar de acordo com o património de cada família.

"Além disso, o projecto desenvolverá infraestruturas de água, reabilitando e reconstruindo fontes de água multiuso, bem como ajudará os pequenos agricultores a desenvolver as competências de que necessitam para reduzir a sua vulnerabilidade aos choques relacionados com o clima", refere o comunicado colocado no site.