As alegadas agressões e a ordenação de detenção surgiram depois de as duas mulheres terem adquirido peixe numa peixaria propriedade do subprocurador-geral que queriam devolver por não estar em conformidade, disse ao NJOnline fonte da Polícia Nacional no Lubango.

De acordo com informações da polícia, foi registado um crime de ofensas corporais de que são vítimas duas cidadãs de 22 e 24 anos de idade, que ocorreu no interior de um estabelecimento comercial denominado "Grande Mar", situado no bairro Doutor António Agostinho Neto.

Eram cerca de 18:00, do dia 10, quando duas vendedoras ambulantes "foram fazer a devolução das duas caixas de peixe que as mesmas tinham adquirido na loja do procurador, que segundo as senhoras não estava bom para consumo humano", adiantou a fonte do NJOnline.

Segundo a mesma fonte, "as duas peixeiras foram até à loja pedir para que se fizesse a troca da mercadoria ou a devolução dos valores, mas a funcionária não aceitou trocar nem fazer o reembolso dos valores sem autorização do patrão", conta, salientando que mais tarde o proprietário da peixaria e subprocurador da Huíla tomou conta da situação e foi quando ocorreram os problemas.

Foi ainda nesse momento que Hernâni Beira Grande, segundo o relato policial, ligou para o Comando Municipal da Polícia no Lubango a solicitar uma patrulha da Brigada Auto e ordenou a detenção das duas mulheres.

Troca de mimos entre procuradores devido a detenção das duas mulheres.

De acordo com as fontes da PN, as senhoras, nesse processo, passaram de vítimas a agressoras, porque segundo o documento que Hernâni Beira Grande elaborou e enviou para o Serviço de Investigação Criminal (SIC), estas são acusadas de terem agredido e ameaçado a sua funcionária.

Face a está situação, o procurador junto do Comando Municipal da PN no Lubango, depois de ter escutado as duas cidadãs, notou que as acusações feitas por Hernâni Beira Grande não estavam perfaziam os requisitos mínimos para manter a detenção e soltou as duas mulheres.

Já o subprocurador-geral Titular na província, e queixoso, não gostou do facto das senhoras estarem em liberdade e ordenou novamente a sua detenção, o que configurou um vai e vem entre detenções e solturas.

Isto ocorreu em duas ocasiões, porque o procurador junto do Comando Municipal insistiu na libertação das duas mulheres, reafirmando a ausência de justificação para a detenção.

Entretanto, a PN fez saber ainda que o caso está a ser analisado na PGR, entre os procuradores uma vez que está envolvido o representante da província e ainda não está determinado quem vai levar a melhor neste "braço-de-ferro" entre procuradores.