"Por isso, a EU tem promovido o envolvimento dos actores não-estatais no âmbito das suas acções de cooperação em Angola, tanto em processos de diálogo e consulta à sociedade civil, como através de financiamentos, num montante de cerca de 65 milhões de euros", referiu Tomás Ulicny, na sessão de abertura do ciclo de formação às organizações da sociedade civil, sobre regras e procedimentos da EU sobre subvenções.

Segundo o embaixador, esse montante é disponibilizado, especificamente à sociedade civil, a um total aproximado de 96 organizações não-governamentais, em 14 provinciais do País, nas mais variáveis áreas.

Referiu que a iniciativa está enquadrada na política da União Europeia de promoção da sociedade civil nos países parceiros.

"Realçamos que anualmente são lançados convites à apresentação de propostas, no âmbito dos programas de apoio directo à sociedade civil, pelo que pretende-se, através destas formações, reforçar as competências das organizações, de forma a promover uma participação mais elevada das mesmas, aos convites, obter candidaturas com mais qualidade e reforçar as competências das referidas organizações, para a promoção de uma participação e um contributo mais elevado para o desenvolvimento do País", disse.

Na sua opinião, a EU continua a acreditar que o apoio aos actores da sociedade civil e aos actores não estatais, "é importante porquanto estes são relevantes motores na mudança, na reprodução e evolução das normas societárias, nas expectativas e no conhecimento, elementos promotores da liberdade e da democracia em geral".

As três sessões, a decorrer ao longo de três dias, serão realizadas nas cidades de Luanda, Huambo e Lubango, ao longo do mês de Fevereiro e a primeira teve início hoje na sede da ADRA, em Luanda.

Cerca de 120 participantes estão presentes neste ciclo de formação destinado aos representantes das organizações da sociedade civil, incluindo organizações comunitárias de base, associações do sector privado e da academia.

O programa inclui metodologias e exercícios práticos sobre a redacção da proposta técnica e financeira, o ciclo do projecto, a elaboração de relatórios, entre outros. Temas transversais como o género, os direitos humanos, o ambiente (especificamente alterações climáticas), pessoas com deficiência e juventude serão igualmente abordados. Pretende-se, através destas formações, reforçar as competências das organizações, de forma a promover uma participação mais elevada das mesmas aos convites à apresentação de propostas e candidaturas com mais qualidade.