Maria do Rosário Augusto Gombe, viúva de um antigo diplomata e funcionário do então Ministério da Segurança do Estado (MINSE) - hoje Serviço de Inteligência e de Segurança do Estado (SINSE) - tem tentado, desde 1983, beneficiar de protecção social junto daquele órgão. Em conversa com o Novo Jornal, a cidadã explicou que o seu marido, identificado por Bento Gaspar Poko, foi quadro dos órgãos de Segurança do Estado no período de 1976 a 1983 e trabalhou como diplomata entre 1980 e 1983, conforme também duas declarações passadas quer pelo Gabinete de Recursos Humanos do SINSE, quer pela Embaixada de Angola em Portugal, às quais este semanário teve acesso.

A cidadã conta que, após o falecimento do marido, há 37 anos, deu entrada de um pedido de protecção social junto da Embaixada de Angola em Portugal, a fim de continuar a cuidar dos dois filhos que teve com o diplomata, um na altura com sete anos e outro ainda aguardava pelo nascimento. O seu pedido, segundo um documento a que o NJ teve acesso, só foi respondido em 2018 pelo embaixador Carlos Alberto Saraiva de Carvalho Fonseca, ou seja, 35 anos depois da morte do marido, mas sem êxitos.

Bento Gaspar Poko, natural de Malanje, nascido no dia 15 de Dezembro de 1954, além de ter sido quadro do então MINSE, chegou a ser nomeado por um despacho, de 09 de Agosto de 1980, com o n.º 134/1980, para exercer funções na categoria de adido na embaixada angolana, em Lisboa. Ao antigo «bófia» tinha sido confiada a missão de acompanhar os bolseiros angolanos em Portugal, numa altura em que o País, com apenas cinco anos de independência, tinha grande necessidade de formar quadros para o seu desenvolvimento. Em contrapartida, a missão foi-lhe interrompida por conta de um acidente de viação que lhe tirou a vida, três anos depois. Depois do triste acontecimento, a mulher e os filhos do diplomata passaram a enfrentar dificuldades, conforme lembra, com lágrimas, Maria do Rosário Augusto Gombe.

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