Alphonse Ntumba Luaba, referindo-se à forma como os Chefes de Estado da CIRGL , em Luanda, defenderam o acordo de transição assinado em Kinshasa pela Maioria Presidencial (M) de Joseph Kabila, e alguns partidos da oposição, sem terem em linha de conta que o protocolo da CIRGL "é claro sobre os períodos de organização de eleições", impondo o respeito pelos calendários eleitorais dos países-membros para a eleição dos seus Chefes de Estado.

Citado pela Rádio Okapi, o antigo dirigente da CIRGL, acrescenta ainda que o protocolo sobre a democracia e a boa governação da organização estipula que os conflitos legais sobre os prazos sejam atempadamente resolvidos "para que os presidentes assumam funções no tempo que é definido constitucionalmente" nos respectivos países onde a questão for colocada.

Recorde-se que, em Luanda, nas palavras tornadas públicas, o actual líder da CIRGL e Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, assumiu como bom o acordo de Kinshasa, no qual ficaram de fora alguns dos mais importantes lideres políticos da oposição na RDC, como é o caso de Etienne Tshisekedi e Moise Katumbi, que determina que Joseph Kabila, se mantenha no poder até Abril de 2018, apesar de o seu segundo e último mandato seguido possível terminar em Dezembro deste ano.

O antigo secretário-executivo da CIRGL defendeu ainda que na Cimeira de Luanda, onde foi muito notada a ausência de Paul Kagame, do Ruanda, um dos países mais envolvidos na instabilidade da RDC, os Chefes de Estado presentes "simplesmente escolheram ignorar o protocolo sobre a democracia e aboa governança", que contém "alguns capítulos muito claros sobre os processos eleitorais".

A razão para esse ignorar do documento resulta, adiantou Luaba, da "falta de cultura dos textos", admitindo que eles, os textos, são tão claros que este processo "só confirma a falta de cultura do cumprimento dos acordos nas organizações regionais", admitindo que nada pode fazer, "a não ser constatar e sublinhar" o que vê acontecer.