Esta visita, de uma equipa técnica liderada pelo ministro Abraão Gourgel, composta também pelo secretário de Estado da Indústria, pela secretária de Estado da Economia, Laura Monteiro, e alguns técnicos do ministério, realizada na quarta-feira, teve por objectivo, como explicou Quiala Gabriel, avaliar a situação em que estas unidades fabris se encontram, nomeadamente como estão a conseguir lidar com as dificuldades inerentes à crise que o país atravessa.
No final da visita, o secretário de Estado da Indústria explicou aos jornalistas que, como cenário de fundo desta iniciativa, esteve a actual fase difícil de acesso às divisas e a necessidade de averiguar a forma como as empresas estão a lidar com a questão da importação de matérias-primas essenciais e ainda ver de que forma esta realidade está a afectar a sua operacionalidade.
A conclusão, ainda segundo o governante, é que existem dificuldades mas a conclusão é positiva porque "foram registados problemas" que já eram do conhecimento do Governo, mas a forma como as empresas estão a assegurar a sua operacionalidade deixa uma ideia "bastante boa".
Todavia, sublinhando a questão essencial, Quiala Gabriel apontou como principal factor de preocupação por parte dos investidores a já prolongada escassez de divisas para garantir as necessidades de produtos no exterior, mas o governante deixou ainda um desafio aos empresários para que conduzam as suas acções no sentido de adquirirem matérias-primas localmente.
"Temos vindo a deixar a ideia de que a indústria tem que começar a apostar na aquisição local de matérias-primas", disse, justificando que dessa forma se incentiva a produção nacional e se minimiza o impacto da escassez de divisas.
A secretária de Estado da Economia, Laura Monteiro, que também integrou a comitiva, frisou que o setor das bebidas, no âmbito da estratégia governamental para a saída da crise, foi priorizado e o Executivo tem concedido um nível elevado de apoios.
"Estamos muito satisfeitos com os resultados que constatamos, as fábricas estão a laborar com uma taxa elevada de utilização das capacidades instaladas, o emprego está aí e acreditamos que a continuação dos apoios pode permitir inclusivamente o crescimento da produção", sublinhou.
Nos últimos dois anos, apesar de coincidir com o ponto alto da crise, que se prolonga até agora, dois grandes investimentos surgiram no sector das bebidas, o primeiro da portuguesa Sumol+Compal, na área dos sumos e refrigerantes, e o segundoa nova fábrica da empresária Isabel dos Santos, que iniciará em breve a produção de cerveja da marca portuguesa Sagres, após um investimento de cerca de 150 milhões de dólares.