Os comerciantes entendem que há injustiças da AGT e aproveitamento do Serviço de Migração Estrangeiro (SME), mas estas instituições asseguram que estão agir em cumprimento da Lei.

A população vê-se agora aflita quando necessita de adquirir determinado produto nos armazéns grossistas e retalhistas, assim como em cantinas, lojas e padarias, na cidade do Luena, soube o Novo Jornal.

A AGT tem estado a exigir a estes comerciantes as provas dos pagamentos dos impostos já realizados.

Os que não as têm estão a ver os seus Números de Identificação Fiscal (NIF) suspensos por falta de regularização.

Muitos comerciantes no Luena asseguram que não foram alvo de visitas por parte dos técnicos da AGT e da Polícia Fiscal e Aduaneira, para lhes passarem as devidas informações para a regularização, por isso, entendem também serem injustas a selagem dos estabelecimentos e a exigência coerciva da situação migratória.

Segundo os comerciantes, há um aproveitamento da situação por parte do SME que, ao mesmo tempo, exige a regularização da situação migratória.

Entretanto, o Novo Jornal soube junto destes visados que, em jeito de solidariedade com os demais, que viram as suas lojas suspensas das actividades, todos os comerciantes estrangeiros decidiram não abrir os seus estabelecimentos, também como forma de protesto.

Um funcionário do gabinete provincial do Moxico, da área económica e AGT, afecto à 7.ª região tributária, que solicitou anonimato, contou que os visados dizem que vão manter encerrados os estabelecimento até que o Governo recue nesta acção coerciva, o que, segundo a AGT, não vai acontecer.

Em função desta situação, os populares, sem alternativa, recorrem aflitos aos mercados informais (praças e pracinhas) para a compra de produtos.

Ao Novo Jornal, Hélder Ribeiro Isaac, secretário provincial do Bloco Democrático, entende ser uma chamada atenção ao Governo sobre a questão do monopólio da sua economia.

"Infelizmente 80% da economia informal e formal está nas mãos dos comerciantes estrangeiros. Por isso é que eles decidiram todos encerrar, porque sabem que a população não terá alternativa. E isso não está bom", descreveu.