Segundo a Reuters, que avança a informação, o concurso público encerra a 31 de Janeiro e visa a aquisição de 1,2 milhão de toneladas de gasolina, 2,1 milhões de toneladas de gasóleo e 480 mil toneladas de combustíveis marinhos.

A agência de notícias sublinha que a decisão da Sonangol está a ser bem recebida pelos parceiros, como um sinal de reforma deste sector.

"A verdadeira liberalização do mercado continuará adiada se a Sonangol mantiver o monopólio na importação", disse à Reuters uma fonte da indústria.

A abertura da petrolífera angolana a novos players quebra anos de domínio da multinacional suíça Trafigura, que não só tem fornecido os produtos refinados como tem efectuado a sua distribuição, através da subsidiária Puma Energy International, que detém a rede de bombas de combustíveis Pumangol e tem ligações ao general Leopoldino Fragoso do Nascimento, ex-chefe da Casa de Segurança do Presidente da República.

Embora os holandeses da Vitol tenham, recentemente, conseguido "furar" a hegemonia da Trafigura - recentemente citada como uma das empresas que consegue contornar as sanções económicas impostas à Coreia do Norte, vendendo petróleo a este país -, o lançamento do concurso público tem o condão de subtrair a opacidade deste processo, tornando-o mais transparente.

Sonangol Logística recebe cerca de 70% de combustível importado

Recentemente, o director comercial da Sonangol Logística adiantou que setenta por cento do combustível recebido por esta subsidiária da Sonangol é importado.

De acordo com Dionísio da Rocha Júnior a refinaria de Luanda e a Cabinda Gulf Oil Company (Cabgoc) contribuem apenas com cerca de 30% do combustível que chega à Sonangol Logística.

"Nós atendemos o mercado nacional com 60 por cento para o gasóleo, 35% gasolina e 5% de outros de derivados do petróleo, como o Jeta1", acrescentou o responsável, citado pela Angop.