Depois de a 06 de Maio o ministro das Finanças israelita, Bezalel Smootrich, ter defendido a destruição de Gaza para obrigar a população a abandonar o território, esta segunda-feira, 26, Bem Gvir, o ministro da Segurança Nacional defendeu o "espezinhamento toda dos palestinianos".
Isto, num contexto de perigo iminente de um "genocídio pela fome" como lhe chama a ONU com mais de dois meses de bloqueio total a Faixa de Gaza, onde 14 mil crianças podem morrer a qualquer momento e 500 mil pessoas (ver links em baixo) estão à beira do abismo da fome provocada intencionalmente por Telavive.
"Os inimigos devem ser espezinhados"
O ministro da Segurança Nacional israelita, Itamar Ben Gvir, visitou hoje a Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, onde disse ter rezado pela vitória de Israel em Gaza, afirmando que os "inimigos devem ser espezinhados".
A última visita de Ben Gvir à Esplanada das Mesquitas ocorreu em abril, provocando críticas da Jordânia, das autoridades palestinianas e do Hamas, que até ao momento não comentaram a visita de hoje.
"Que os nossos inimigos sejam espezinhados", afirmou o ministro israelita num filme difundido nas redes sociais, após a oração, e citado pela Lusa a partir da agência espanhola Europa Press
Ben Gvir disse ainda que esteve no Monte do Templo (nome dado pelos judeus ao local sagrado para os muçulmanos) para assinalar o Dia de Jerusalém tendo rezado pela vitória de Israel na guerra em Gaza e pelo regresso de todos os reféns.
As visitas de altos funcionários israelitas ao recinto são sempre motivo de condenação por parte das autoridades palestinianas e jordanas, responsáveis pela aplicação das medidas que controlam as presenças de judeus na Esplanada das Mesquitas.
A Esplanada das Mesquitas é "de facto" controlada por Israel após a tomada da Cidade Velha de Jerusalém durante a Guerra dos Seis Dias (1967) - e foi o local do Primeiro e Segundo Templos judeus, destruídos e dos quais apenas resta o Muro das Lamentações, bem como a Mesquita de Al Aqsa, o terceiro local mais sagrado do Islão.
Israel rejeita nova proposta de cessar-fogo dos EUA
Entretanto, perante um clamor global de críticas a Israel, mesmo dos seus mais férreos aliados, como os EUA, Alemanha e a França, a mais recente proposta de Washington para um cessar-fogo de dois meses em Gaza em troca de 10 reféns vivos, foi rejeitada pelo Governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyhau,, disse à agência Efe fonte israelita que preferiu o anonimato, por sua vez cotada pela Lusa.
O Governo israelita, recorda a Lusa, terá rejeitado assim a mais recente proposta que tinha sido acordada pelo mediador palestiniano-americano, Bishara Bahbah, e pelo enviado especial dos EUA para o Médio Oriente, Steve Witkoff.
A proposta inclui um cessar-fogo de 60 dias e a libertação de 10 reféns israelitas vivos, enquanto o Hamas exigiu um cessar-fogo de 70 dias em troca da libertação de 10 prisioneiros - cinco vivos e cinco mortos - em duas rondas.
"O primeiro lote (de cativos) seria libertado no primeiro dia de entrada em vigor do acordo, enquanto o segundo sairia no sétimo dia com a chegada de mil camiões de ajuda diariamente", explicou a autoridade israelita.
A Faixa de Gaza continua a sofrer de uma grave escassez de alimentos, medicamentos e ajuda humanitária em geral, uma vez que a carga dos poucos camiões que entram - após um cerco que durou quase três meses - é descarregada e reexaminada no lado palestiniano do enclave, onde pode permanecer detida pelas autoridades israelitas.
A proposta inclui ainda um compromisso israelita de negociar o fim da guerra durante o período de cessar-fogo, com a garantia pessoal do Presidente norte-americano, Donald Trump, bem como uma promessa do movimento islamita Hamas e das fações palestinianas de não ameaçar a segurança de Israel.