O ataque, que teve lugar numa escola secundária da cidade de Kankara, de acordo com informações veiculadas pelas agências de notícias, ocorreu ao final do dia de sexta-feira e já hoje, pelo menos 340 ainda não tinham sido encontrados ou localizados.

Segundo o governador do estado de Katsina, Aminu Masari, os cerca de 400 rapazes levados pelos bandidos armados, são quase metade da totalidade dos alunos desta escola governamental politécnica, que totaliza um total de 839 alunos.

Os alunos que não foram levados foram aqueles que conseguiram, explicou ainda o governador de Katsina, esconder-se nas florestas e começaram depois a voltar às suas casas, sendo que alguns só agora, segunda-feira, estão a regressar, faltando apurar se se trata de alunos que conseguiram escapar aos raptores ou se se conseguiram esconder antes.

Face a este quadro de incerteza, as autoridades locais estão a averiguar para avançar com certeza o número exacto de alunos que ainda estão nas mãos dos bandidos de forma a que as forças de segurança que os procuram resgatar tenham a informação necessária para não deixarem ninguém para trás.

Isto, quando centenas de pais se concentram deste sexta-feira na escola em busca de informações e sem capacidade de fazer mais que aguardar pela acção das autoridades na procura e recuperação dos seus filhos.

Estes pais ouviram da boca do governador Masari a transmissão das garantias do Governo de Abuja, pela parte do ministro da Defesa, General Bashir Magash, de que o Exército vai recuperar os estudantes sem danos colaterais.

Embora sem o adiantar, o governante fez saber que já estão na posse de quem o fez e onde estão os alunos raptados.

Mas, publicamente, até ao momento nenhum grpo conhecido reivindicou o ataque nem se sabe ao certo qual a intenção dos raptores, embora se desconfie, segundo a imprensa nigeriana, que o objectivo seja engrossar as fileiras do "gangue" com estes recrutas à força.

Normalmente, quem tem praticado este tipo de raptos em massa são os jihadistas do Boko Haram, que há vários anos têm este tipo de estratégia, como foi o caso mais conhecido da cidade de Chibok, no estado de Borno, onde actuam com frequência, levando 270 raparigas de uma escola local, levando a que fosse lançada uma campanha mundial, que contou com a participação de dezenas de individualidades famosas, como Michele Obama, em 2014, exigindo o regresso das meninas.

Boko Haram mata 27 no Níger

Entretanto, no Domingo, o Boko Haram foi responsável por mais um ataque no vizinho Níger, deixando 27 mortos numa localidade do sudoeste do país.

O ataque teve lugar na vila de Toumour, na região de Diffa, divulgaram os media locais.

Neste ataque, os jihadistas do Boko Haram, grupo que jurou fidelidade aos radicais do "estado islâmico", deixaram ainda um rasto de 800 casas destruídas e dezenas de veículos incendiados.

A região de Diffa situa-se geograficamente na fronteira com a Nigéria e essa proximidade tem permitido que desde 2014 os terroristas islâmicos ali protagonizem repetidos ataques, alargando a geografia do terror que na Nigéria, desde 2009, já provocou mais de 20 mil mortos e milhares de deslocados.

O Níger viveu no Domingo mais uma eleição local, onde mais de 7 mil pessoas foram eleitas para órgãos de poder autárquicos em cerca de 230 municípios, com resultados esperados para os próximos dias, esperando-se para que sejam conhecidos antes das eleições legislativas e presidenciais que terão lugar dentro de duas semanas.