O porta-voz da ACNUR, Boris Cheshirkov, disse numa conferência de imprensa que nos primeiros dez dias de Fevereiro registaram-se oito ataques graves do grupo rebelde Cooperativa para o Desenvolvimento do Congo (CODECO) a pessoas deslocadas na província de Ituri, no norte do país.

Os assaltantes atearam fogo aos abrigos e queimaram viva uma mãe e os seus dois filhos, disse Cheshirkov.

O grupo já matou pelo menos 62 pessoas e deslocou 25.000 num outro ataque a um campo de deslocados na província de Ituri, no dia 01 de Fevereiro.

A ACNUR apelou ao fim "imediato" da violência contra civis e à suspensão dos raptos e ataques a trabalhadores humanitários na área, para que possam continuar as suas operações sem pôr em risco a sua segurança.

Ituri e a província vizinha do Kivu Norte estão sitiadas desde Maio de 2021 em resposta à escalada da violência, mas desde então mais de 1.000 civis foram mortos.

Na vizinha província do Kivu Sul, pelo menos 10.000 pessoas foram deslocadas desde o início de Fevereiro.

Cheshirkov alertou ainda para o facto de as grandes vagas de deslocados estarem a consumir os recursos das populações vizinhas e recordou que a ACNUR necessita de 225,4 milhões de dólares este ano para satisfazer as necessidades básicas das pessoas mais vulneráveis da República Democrática do Congo.

Desde 1998, o leste da RDC tem estado mergulhado num conflito alimentado por milícias rebeldes e ataques de soldados do exército, apesar da presença da Missão de Manutenção da Paz da ONU (MONUSCO), que enviou mais de 14.000 soldados.