As referências a heróis como José Sayovo Armando, cuja história é uma das mais belas páginas do desporto mundial, mostram que o desporto é também uma lição de humanidade. Sayovo não é apenas um campeão paralímpico, é o espelho da resiliência de um povo que, mesmo depois de perder muito, continua a encontrar razões para acreditar.
O Presidente falou de infra-estruturas, de estádios e pavilhões que estão a nascer ou a ser reabilitados. Mas mais importante do que o cimento e o aço é a mensagem de fé e confiança na juventude, na formação e no desporto escolar e comunitário, as verdadeiras bases de uma nação desportiva moderna.
Angola conta hoje com mais de 2,7 milhões de praticantes em diferentes modalidades. É um número expressivo, mas que precisa de ser sustentado por políticas de apoio, patrocínios responsáveis e uma visão de futuro que veja o desporto como indústria, cultura e educação. Transformar o talento em economia e o esforço em oportunidades é o desafio do nosso tempo.
Este discurso deve ser lido não apenas como balanço, mas como convite à mobilização. O País tem de continuar a investir no desporto, a descentralizar o acesso às práticas desportivas e a abrir espaço para novas modalidades. Angola tem a juventude, o talento e a paixão - falta apenas consolidar o modelo que transforme essa energia em desenvolvimento.
Que as palavras do Presidente inspirem uma nova etapa de compromisso nacional com o desporto, não como espectáculo apenas, mas como motor de inclusão, orgulho e esperança. Porque quando um atleta angolano entra em campo, ringue ou pista, leva consigo o sonho de uma nação inteira.
*Jurista e Presidente do Clube Escola Desportiva Formigas do Cazenga