Os despachos presidenciais, que autorizam uma despesa total de 30,7 milhões de dólares, por ajuste directo, para os contratos de prestação de serviços de consultoria técnica, elaboração e gestão do projecto de construção dos novos aeroportos Internacional de Mavinga e doméstico de Cazombo, foram assinados no dia 8 de Novembro, mas publicados apenas no Diário da República do dia 14.

O projecto para o aeroporto internacional de Mavinga, avaliado em 19,2 milhões USD, é justificado pela área extensa da província do Kuando Cubango, bem como pelas "debilitadas condições actuais dos acessos terrestres", em que o transporte aéreo "constitui um dos principais modos de ligação às demais províncias de Angola, assim como aos países fronteiriços, nomeadamente as Repúblicas da Zâmbia e da Namíbia".

Diz o despacho assinado pelo PR que "atendendo à execução da política de aceleração e crescimento económico, impõe-se a progressiva reabilitação e construção de infra-estruturas e, consequentemente, o aprimoramento de redes e meios de transportes, premissas essenciais à diversificação da economia e desenvolvimento do País, tendo em conta o enorme potencial do município de Mavinga devido à sua localização na nascente do Delta de Okavango, que é um recurso ecológico e económico único e de importância internacional, bem como uma zona estratégica de interesse de investimentos para o desenvolvimento do turismo no País".

Esta decisão, segundo se pode ler no documento, tem em consideração a previsão da implementação da nova divisão político-administrativa com objectivo de aproximar os serviços à população e consequente contribuição para a melhoria da qualidade de vida da população.

Já o projecto do aeroporto doméstico de Cazombo, orçado em 11,5 milhões, é justificado, segundo o despacho assinado pelo PR, pela existência de recursos minerais e também pelo "enorme potencial turístico e cultural do município do Alto Zambeze, nomeadamente na comuna de Cazombo, devido à sua localização que faz fronteira com a República da Zâmbia e a sua proximidade com a República do Congo".