Uma nota da Casa Civil do Presidente João Lourenço dá conta desta mudança na embaixada em Portugal mas não aponta qualquer nome para o cargo, contrariamente ao que costuma acontecer, embora não exista qualquer indício de que este retardar da indicação do substituto de Marcos Barrica esteja ligado à crise diplomática que atravessa as relações entre Luanda e Lisboa.

Esta exoneração surge a fechar um conjunto de alterações de cadeiras nas embaixadas de Angola em vários pontos do mundo, algumas desta no âmbito de uma estratégia de poupança de custos na rede de chancelarias que o país tem.

No entanto, a saída de Marcos Barrica de Lisboa coincide com um dos piores momentos das relações entre os dois países, que começaram a desenrolar-se no início de 2017, quando Luanda mandou cancelar uma visita a Angola do primeiro-ministro português, depois de ter feito o mesmo com a ministra da Justiça, Francisca Van-Dúnem.

Crise essa que foi espoletada pelo processo judicial movido pelas autoridades portuguesas contra o ex-vice-Presidente angolano, Manuel Vicente, por alegado envolvimento num processo de corrupção e lavagem de dinheiro a que a que o Ministério Público português deu o nome de "Operação Fizz".