"O PDP-ANA foi membro da CASA-CE por excelência e por livre convicção, decidiu filiar-se e não por coação, pelo que também é livre de se pronunciar e declarar a sua saída da CASA-CE hoje e agora, e não aceita nenhum comportamento vexatória de aproveitamento político para beliscar a sua carreira", lê-se numa carta enviada à presidência do colégio presidencial da CASA-CE a que o Novo Jornal teve acesso.

Segundo a carta, depois desta formação política ter sido suspensa de participar das actividades da coligação, a todos os níveis, "a direcção do PDP-ANA não assinou acta alguma sobre a suspensão, nem houve matéria politicamente relevante para se evocar tal acto".

"Terminada a reunião do colégio presidencial da CASA-CE, os presentes retiraram-se para as suas proveniências, e, surpreendentemente, no final do dia, e por via das redes sociais, o PDP-ANA tomou conhecimento de uma nota informativa, da autoria do presidente da CASA-CE, anunciando uma suposta suspensão do PDP-ANA de todas as actividades da coligação como consequência da conclusão da reunião", diz a carta.

"Todavia, o PDP-ANA reserva o seu direito relacionado aos bens patrimoniais e imóveis adquiridos pela coligação na esfera colectiva desde o momento da sua adesão à CASA-CE nas eleições de 2017, concomitantemente nas eleições de 2022, e remete a sua afecção e quinhão sob alçada do direito civil e à luz das provisões constantes dos estatutos da CASA-CE em caso de qualquer necessidade, em sede de processo próprio" lê-se na mesma carta.

O PDP-ANA demarca-se "desde já" de qualquer actos e acções de intrigas ou aproveitamento político que esta decisão venha ocasionar, lê-se ainda na nota do PDP-ANA.

Refira-se que o líder do PDP-ANA lidera uma aliança de três forças políticas para a criação de uma nova plataforma eleitoral, designada "Bloco da Solução",

Neste projecto estão unidos o Partido Democrático para o Progresso da Aliança Nacional Angolana (PDP-ANA), o Partido Nacional de Salvação de Angola (PNSA), ambos ex-integrantes da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), e o Movimento de Unidade Nacional (MUN), ainda em processo de legalização.

Segundo o presidente do PDP-ANA, Abreu Capitão Bernardo, estas três forças políticas decidiram unir-se para uma futura aliança, com o objectivo de criar uma coligação eleitoral: "O projecto visa, no futuro, termos, pelo menos, quatro a cinco partidos fortes, para não irmos às eleições de forma dividida".

O político realçou que para este movimento estão a ser chamados, além de partidos políticos, a sociedade civil, nomeadamente associações estudantis e igrejas.

O PDP/ANA, fundado a 17 de Março de 1991, teve um deputado eleito na Assembleia Nacional em 1992, lugar que foi ocupado por Mfulumpinga Landu Victor até à sua morte.

Mfulumpinga Victor, que era um dos mais carismáticos políticos da oposição em Angola, foi morto ao princípio da noite de 02 de Julho de 2004, quando saía da sede do partido, poucas horas depois de ter participado numa reunião do Conselho da República.