Em declarações à ANGOP, a fonte disse que na província nunca foram passadas licenças para a produção e comercialização de carvão, realçando que a mesma é exercida por famílias vulneráveis que têm nela a fonte de sustento.

Dumbo Mupei sublinhou que fruto da fome e da seca mais famílias passaram a fabricar e a comercializar o carvão, fenómeno que preocupa a instituição, pois contribui para a devastação de vatas áreas de mata.

Sem avançar a extensão até agora devastada, disse que o fenómeno é feito de forma reiterada e alastrou-se, o que está a causar o desaparecimento de várias espécies de árvores, com destaque para o Mupame.

Na visão do especialista, as queimadas com a finalidade de obter carvão, têm consequências para a preservação das espécies da biomassa no solo e o garante da manutenção da vida na terra.

Entretanto, frisou que a exploração do carvão deve ser exercida com o acompanhamento e orientação técnica, dentro das normas estabelecidas por Lei, mas o factor pobreza tem vindo a dar lugar ao surgimento de muitos ilegais.

Disse que a comercialização do carvão é feita ao longo das estradas e mercados informais, transportados por motorizadas, pessoas e animais.

Apontou os corredores da estrada nacional 105, sobretudo na área limítrofe entre o município da Cahama e Gambos, Uia/Mujumbe, Xangongo/Mongua, Ondjiva/Omupanda, Ondjiva/Capanda e Mupa como os focos da exploração.

Para contrapor a actual situação realçou a necessidade de um maior envolvimento dos líderes comunitários, autoridades tradicionais e religiosas, no sentido de ajudar na sensibilização da população.

O IDF, segundo ele, tem apenas nove fiscais, para contrapor à exploração ilegal de madeira, abate de árvores para a produção de carvão e a caça furtiva, a nível dos seis municípios do Cunene.

Entretanto, fez saber que durante o ano de 2021 foram aplicadas cinco multas que resultaram na arrecadação de três milhões kwanzas.