Estes números foram avançados pelo director do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças de África (CDC África), que alertou para a tendência do surto continua a crescer, sendo por isso importante que a comunicação social ajude a comunicar mais sobre a doença.

Burundi, República Centro-Africana, Zâmbia, Ruanda, Zimbabué, Quénia, República Democrática do Congo, Uganda, Nigéria, África do Sul, Marrocos, Gana, Guiné-Conacri, Libéria, Costa do Marfim, Camarões, Gabão, Maurícias e Angola são os países onde foram registados casos de mpox.

Em Angola foram assinalados dois casos, ambos em Luanda. O primeiro foi o de uma mulher de nacionalidade congolesa e o segundo foi detectado numa criança de dois anos: ambos os doentes foram internados em isolamento no Centro Especializado de Tratamento de Endemia e Pandemias (CETEP).

Segundo as autoridades da saúde, estão em curso, para a protecção da população, medidas de desinfecção de áreas contaminadas, identificação e rastreamento de contactos, bem como investigação epidemiológica aprofundada.

O Ministério da Saúde recomenda várias medidas preventivas, como lavar frequentemente as mãos com água e sabão ou desinfectar com álcool gel, não caçar, nem comer a carne de macacos e roedores (ratos, camundongos e esquilos), e evitar a exposição directa com a carne e sangue destes animais. Recomenda também que seja evitado o contacto físico com pessoas que apresentem os sinais ou sintomas da doença.

A restrição abrange os materiais e utensílios usados por pessoas com sinais ou sintomas da doença, entre os quais vestuário, roupas de cama, toalhas, pratos, copos e talheres. Recomenda igualmente o uso de luvas e roupas apropriadas durante o manuseio dos animais, inclusive no procedimento de abate.

O MINSA pede ainda aos cidadãos que, no caso de alguns dos sintomas desta doença, procurem imediatamente a unidade de saúde mais próxima. Esta nova estirpe, denominada "clade 1b", foi detectada na República Democrática do Congo em Setembro de 2023 e mais tarde foram reportados casos em vários países vizinhos.

Segundo a OMS, esta doença é mais grave do que a anterior e daí a necessidade de classificar como uma emergência mundial. A nova variante pode ser, além disso, facilmente transmitida por contacto próximo entre dois indivíduos, sem necessidade de contacto sexual, e é considerada mais perigosa do que a variante de 2022.

Em 2022, a OMS declarou o mpox como emergência global depois de se ter espalhado para mais de 70 países que não tinham qualquer historial de contacto com o vírus até então, tendo afetado sobretudo homens homossexuais e bissexuais. Antes disso, a doença foi sobretudo detetada em surtos ocasionais na África central e ocidental quando as pessoas entravam em contacto com animais selvagens infetados.