A autoridades congolesas realizaram descargas na barragem do Inga (ver foto), na região de Matadi, o que resultou na subida das águas do Rio Zaire, levando a inundações nas localidades de Tchatcha, Kinzundu, Kinganga e Lamba Mambunzi.
Segundo o Jornal de Angola, a abertura daquela represa provocou a inundação de 32 casas construídas ao longo das margens do rio Zaire, das quais nove desabaram, afectando várias famílias.
A Comissão Provincial do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros, coordenada pelo governador do Zaire, Adriano Mendes de Carvalho, esteve na quarta-feira na região para avaliar os danos e organizar a resposta.
Uma das formas de evitar danos de maior vulto é que este tipo de descargas sejam coordenadas entre as autoridades dos dois países, tendo Adriano Mendes de Carvalho apelado a que os responsáveis pelas infra-estruturas hídricas da RDC avisem antes de efectuarem este tipo de descargas.
O governador do Zaire considerou crítica a situação dos habitantes das aldeias inundadas e de alguns bairros adjacentes à vila, tendo em conta que, além dos danos provocados pela abertura das comportas da Barragem do Inga, na região registam-se, com frequência, fortes chuvas.
"Tenho estado a acompanhar isso de perto e o quadro não é bom. Ao longo da noite fomos acompanhando a situação do Nóqui e hoje (ontem) de manhã deslocamo-nos para uma constatação in-loco. As chuvas mantêm-se, temos nove casas desabadas e 23 inundadas. Temos muitas famílias fora das suas casas, além daquelas que viram as suas moradias desabadas", disse, citado pelo JA.
O ministro de Energia e Águas, João Baptista Borges, já abordou o assunto com o seu homólogo da RDC, para que sempre que as comportas das barragens tiverem de ser abertas sejam comunicadas as autoridades angolanas.